A meio caminho de Londres
Vencer é sempre um dos grandes objetivos de um atleta quando ele entra em uma competição. O esforço máximo para conseguir atingir o seu desejo é essencial para provar a todos e a si mesmo que ele não está ali para brincadeiras. No Pan-Pacífico de natação que começa hoje em Irvine, nos Estados Unidos, a maioria dos nadadores estarão com esse pensamento sem dúvida alguma. Mas além disso também estarão pensando em mudar alguns panoramas da nova era da natação sem os supermaiôs proibidos pela FINA a partir desta temporada, além da grande estrela do torneio Michael Phelps que estará competindo em casa e que tentará melhorar seus resultados que não estão muito bons, sem falar na participação brasileira no evento, a maior delegação em toda a história da competição e o maior nadador brasileiro César Cielo que assim como todos segue atrás dos recordes novamente, a grande tradição do Pan-Pacífico.Desde seu início em 1985 com a primeira edição realizada em Tóquio, no Japão, o Pan-Pacífico de natação só não viu quebras de recordes em duas oportunidades: 1993 em Kobe, no Japão e em 1997 em Fukuoka, novamente no Japão. A competição sempre foi uma grande batalha entre os quatro principais países banhados pelo Oceano Pacífico, sendo os principais Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, mudando um pouco suas características nos últimos anos quando passou a ter a companhia de países convidados. Entre estes novos concorrentes o Brasil, que chega pela terceira vez na disputa e que conseguiu dóis pódios em 2006 competindo na cidade de Victoria, Canadá, sendo uma medalha de bronze com Thiago Pereira nos 400m medley e outro bronze com Flavia Delaroli 50m livres. Este ano o país contará com 41 nadadores, todos tentando melhorar esses resultados.
César Cielo lidera a nação tupiniquim em busca de melhores resultados. O brasileiro que é campeão olímpico e mundial dos 50m e 100m livres não tem o melhor tempo da temporada em nenhuma das duas provas e os tempos em ambas estão bem longe de seus recordes mundiais da época dos supermaiôs. Fred Bousquet será uma grande pedra em seu sapato na prova mais rápida das piscinas onde os competidores nem respiram e os outros representantes nacionais poderão ter ainda mais problemas buscando seu lugar ao sol rumo às Olimpíadas de Londres 2012. Daynara de Paula está fora por suspeita de doping mas o país conta ainda com Joanna Maranhão, Kaio Márcio, Thiago Pereira, Fabíola Molina, Nicholas Santos e a jovem revelação Gabriella Silva, eles querem as suas medalhas e o reconhecimento assim como um velho conhecido do público também quer, talvez seja essa a hora de dar a volta por cima.O recorde de vitórias em campeonatos nacionais veio nesta mesma piscina em Irvine mas as coisas já não são mais como em Pequim 2008. Michael Phelps teve problemas pessoais, imagem abalada e ficou um tempo sem treinar após o Mundial de Roma, essencial para seu desempenho segundo seu próprio treinador. Nesse período porém viu seu velho amigo e rival Ryan Lochte ganhar espaço e superá-lo em algumas provas que ambos participam. Os Estados Unidos terão em casa sua maior delegação que conta ainda com Aaron Peirsol, Jessica Hardy e a 11 vezes medalhista olímpica Natalie Coughlin. Não só eles como todos os outros competidores estão a meio caminho dos Jogos de 2012 e querem mostrar desde já o seu potencial na competição acostumada com quebras de marcas que pode viver um jejum delas pela terceira vez em sua história que acontece a cada quatro anos. Tudo porque a era dos supermaôs acabou, agora é hora de mostrar o seu valor sem a tecnologia, e isso todos eles querem, mesmo que não sejam banhados pelo Pacífico e nem estejam nadando em suas águas. (Fotos: Wolfgang Rattay/Reuters via PicApp)
3 Comentários:
Estou ansioso para ver a primeira grande competição sem os supermaiôs. Césão já tem tratamento de grande estrela, tomara q ele nos brinde com mais uma conquista!!
os recordes sem os maiôs já estão sendo quebrados. os francês conseguiu quebrar por duas vezes o recorde de Cielo. espero que o brasileiro esteja se preparando para as próximas competições.
@Fabiano: Recordes mundiais não Fabiano, apenas melhores marcas da temporada. Os recordes mundiais do Cielo nos 50m e 100m livres vão demorar muito tempo para serem superados assim como a maioria estabelecida com os supermaiôs.
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