Tentando refazer como fizeram no passado
As vitórias eram frequentes e aconteceram nove vezes em dois anos, sendo oito delas com um só piloto. Era um carro veloz e o piloto era o melhor de todos. Com o W196 ninguém podia, não dava para a Ferrari e tão pouco para a Maserati. Quando ninguém esperava, lá vinha Stirling Moss, arrebentando nas pistas do seu próprio país. Mas a certeza maior era que fosse na Argentina ou em qualquer outro lugar, o argentino voador iria facilmente ganhar. Assim era a vida fácil da Mercedes nos anos áureos de 1954 e 1955. E assim mais uma vez vem sendo a vida facílima das novas flechas de prata neste ano de 2014.
Não da para saber exatamente quais teriam sido os verdadeiros motivos para a Mercedes ter deixado a categoria máxima do automobilismo antes mesmo que ela chegasse aos seus dez anos de existência. Tão pouco o que a fez retornar em 2010. Dar continuidade ao trabalho feito pela então campeã Brawn GP sem dúvida parecia uma ótima oportunidade de em pouco tempo alcançar o topo, ainda mais resgatando o heptacampeão Michael Schumacher, mas o trabalho ainda iria longe e as coisas não seria tão simples como foram nos anos de 1950. Pelo menos até esse ano, quando as coisas se tornaram para dois pilotos tão fáceis como eram ou pareciam ser para Juan Manuel Fangio.
E lá vem as flechas de prata cortando a reta e alcançando mais uma vitória. Sem dar qualquer chance aos rivais eles vencem mais uma vez, conquistam mais uma dobradinha no melhor estilo Caracciola e Fagioli. Não é o Grande Prêmio da Suiça de 1939 do Campeonato Europeu e tão pouco o GP da Itália de 1955 da Fórmula 1. É apenas o GP da Espanha de 2014 que da mais uma vitória para Lewis Hamilton e mais um segundo lugar para Nico Rosberg. Parece até a McLaren de 1988 e se parece muito mais com o saudoso W196 de 1955. Em um ritmo alucinante onde só os recordes interessam, com ou sem briga interna, esperando que o adversário campeão do ano passado não reaja e que a glória maior seja mais uma vez alcançada.
1 Comentários:
É a história se repetindo como farsa.
Quando os prateados dominaram o mundo no inicio da f1 havia muito mais competitividade e a criatividade era livre.
Não era tão politicado como é hoje.
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