Um canguru chamado Djokovic
Durante alguns anos o mundo do tênis praticamente só ouvia falar de dois nomes: Roger Federer e Rafael Nadal. Eles dominavam o circuito e proporcionavam batlhas épicas dentro das quadras, principalmente em finais de Grand Slam. O espanhol não dava nenhuma chance ao suiço no saibro de Roland Garros, enquanto isso sofria para superar seu maior rival na grama sagrada de Wimbledon. Ali, em Londres, fizeram um dos maiores jogos de todos os tempos na decisão de 2008. O tempo acabou passando e alguns nomes que se ouviu falar algumas vezes ganharam força. Em especial os de Novak Djokovic e Andy Murray. Assim sendo, um tipo de quarteto se formou e por muitos anos era praticamente só o que se via em finais de Grand Slam e nas quatro primeiras posições do ranking.
O britânico, apesar de ter chegado em onze decisões de Grand Slam, acabou ficando em um patamar mais abaixo, tendo conquistado apenas três dos maiores títulos, sendo Wimbledon duas vezes e US Open uma vez. Entre 2012 e 2016 ele só enfrentou Novak Djokovic em finais de Grand Slam, sendo que jamais enfrentou Rafael Nadal nas finais deste tipo de competição. E por ter ganho apenas dois de seis embates, acabou elevando o sérvio ao patamar dos dois outros grandes jogadores que dominavam quase tudo. Djokovic já havia provado que está em um nível superior, que está ao alcance de Federer e Nadal, mas agora conforme o tempo vai passando ele consegue ir afirmando cada vez mais esta condição. Isso faz com que aquela dupla de dois grandes, que quase virou um quarteto, possa finalmente ser considerada como um trio de gigantes.
No topo, mas bem lá em cima mesmo, quase tocando o céu, está Roger Federer. O suíço pode ser facilmente chamado de o melhor de todos os tempos com seus 20 torneios de Grand Slam conquistados. Em seguida vem Rafael Nadal, o toro miura que já chegou aos 17 títulos de Grand Slam, principalmente graças a Roland Garros que já lhe rendeu nada a menos do que 11 taças. Se mantiver o seu ritmo na terra batida de Paris poderá passar Federer e alcançar o recorde. Agora, junto com os dois, chega então definitivamente Djokovic, que alcançou seu Grand Slam de número 15 e deixou para trás a lenda Pete Sampras, o jogador que ficou por muito e muitos anos com o recorde de 14 títulos de Grand Slam e que agora se vê superado por três jogadores da mesma época. Se não bastasse, Djokovic ainda superou Roy Emerson e se tornou o maior vencedor do Aberto da Austrália de todos os tempos com sete conquistas.
Pulando de alegria, pulando feito um canguru em Melbourne. Novak Djokovic sempre foi um dos grandes, mas agora ele é um dos gigantes. Rafael Nadal está perto e Federer se tornou um objetivo concreto. Nesta equação de números, a idade acaba se tornando um possível diferencial na previsão de um resultado fatal. Roger Federer está agora em janeiro de 2019 com 37 anos, em 2012 ele tinha 30 anos quando chegou ao seu Grand Slam de número 15. Rafael Nadal também alcançou a marca dos 15 tendo praticamente a mesma idade, elevando para 17 aos 32 anos. Enquanto isso Djokovic está com 31 anos atualmente. Isso significa que os três estão praticamente no mesmo nível técnico e físico, sendo que a única diferença é que Federer ainda está jogando e não se sabe se Nadal e Djoko irão tão longe. Murray já não foi, nem em número de títulos e nem na idade, pois anunciou que irá se aposentar. Nunca houve um quarteto, mas sempre existiu um trio. Uma trinca que já fez muito pelo tênis, mas que por mais incrível que possa parecer, promete fazer muito mais nos próximos anos.
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