Vitória grande, mas um adversário pequeno

13:09 Net Esportes 0 Comments

O palco do duelo foi o Maracanã, onde a seleção brasileira de futebol celebrou uma vitória como se fosse tão grandiosa, mas era sobre o lanterna e frágil Chile, com um placar de 3 a 0. A partida, válida pela penúltima rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, serviu como uma espécie de despedida da torcida em solo nacional, marcando a segunda vitória da "era Ancelotti". O jogo teve seus momentos de brilho individual, com destaque para a atuação de jovens promessas e a "redenção" de Lucas Paquetá, que voltou a marcar com a camisa da seleção após um período de ausência. O placar foi aberto por Estêvão, em uma jogada acrobática, e a vitória foi consolidada com os gols de Paquetá e Bruno Guimarães, confirmando o favoritismo óbvio e o domínio brasileiro.

A narrativa do jogo, embora positiva em termos de resultado, não pode ignorar o contexto em que foi obtida. O Chile, adversário da noite, chega a esta fase das Eliminatórias em uma posição delicada, ocupando a lanterna da tabela. Com uma equipe em processo de transição e um histórico recente de fracassos, o time chileno não representou um desafio significativo para o Brasil. A superioridade técnica da seleção de Carlo Ancelotti foi evidente, com o time chileno sendo incapaz de sequer finalizar uma vez ao gol, mas isso levanta a questão da verdadeira medida do sucesso. É uma vitória que, embora some pontos, não testa a equipe contra adversários de peso, deixando uma sensação de que o verdadeiro desafio ainda está por vir.

O resultado do confronto eleva o Brasil à segunda posição na classificação geral das Eliminatórias, com 28 pontos. No entanto, essa ascensão precisa ser vista com cautela. A equipe já tinha a sua classificação para a Copa do Mundo assegurada antes mesmo do apito inicial, e a vitória apenas diminuiu a distância para a líder Argentina, que continua em 10 pontos. A posição do Brasil nas Eliminatórias reflete uma campanha de altos e baixos, com tropeços contra adversários que se mostraram mais organizados e competitivos. O jogo contra o Chile, embora tenha sido uma injeção de moral, não apaga as dificuldades recentes e não esconde as fragilidades que a equipe ainda precisa superar para brigar pelo título mundial.

A partida, portanto, serve como um exercício de confiança para o grupo e uma oportunidade para o técnico Ancelotti experimentar novas formações e jogadores. O retorno de Paquetá em grande estilo e a estreia marcante de Estêvão são pontos positivos inegáveis, que trazem esperança para o futuro da equipe. Contudo, é fundamental que a análise desta vitória seja feita com sobriedade. Vencer o último colocado é um dever de uma seleção do calibre da brasileira. O desafio real, o de competir de igual para igual com as principais potências mundiais, ainda está a poucos meses de distância, e é nesse palco que a verdadeira qualidade e a força do Brasil serão postas à prova. A vitória de hoje é um passo, mas a caminhada rumo ao hexa ainda é longa e exigirá muito mais do que um triunfo sobre um adversário já eliminado.

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