O inferno virou céu para ele
A primeira edição desta corrida de ciclismo aconteceu em 1896, só por isso talvez já bastaria para qualquer um considerá-la uma das mais clássicas provas ciclísticas de todo o planeta, mas não é apenas o tempo de existência que faz a Paris-Roubaix ser tão emblemática quanto é, e sim também a dificuldade extrema do seu percurso, que mistura trechos difíceis como os percursos que acontecem lteralmente sobre paralelepípedos, como muito barro, lama e carvão, um desafio intenso que só os melhores e mais preparados podem superar, não é por acaso que esta competição é conhecida como o "Inferno do Norte".Diante de tamanho sofrimento, alguns ciclistas podem imaginar que por ventura o inferno não seja tão ruim assim, mas para um desses atletas esse inferno em plena Terra se transformou em céu, o "Céu do Norte", um lugar onde muitos já diziam que o suiço Fabian Cancellara já estava no domingo passado após sua impressionante vitória na Volta a Flandres, um vitória espetacular considerada uma das melhores dentre todas que o ciclista de 29 anos já conquistou, eles não poderiam prever o futuro, eles não poderiam imaginar do que Cancellara era capaz, eles não poderiam saber que em uma prova muito mais difícil, o suiço poderia ser muito mais extraordinário.
O ataque não poderia ter um lugar mais bonito de ocorrer, foi em um dos famosos trechos de paralelepípedos, quando restavam 49 quilômetros para a chegada, Fabian Cancellara é um especialista em contra-relógios, foi assim que ele venceu esta mesma prova em 2006, a arrancada é uma das mais impressionantes de história e seu vôo solo foi tão excepcional quanto o do belga Andrei Tchmil, que em 1994 andou sozinho até o final durante nada menos do que 62 quilômetros, única distância maior percorrida por um vencedor depois da que o suiço fez hoje, e que colocou o nome dele pra sempre na história.Cansado, exausto, feliz e dizendo que ainda precisa de tempo para prceber o que fez, o campeão olímpico de Pequim 2008 na prova de contra-relógio, o vencedor de cinco etapas do Tour de France e de provas como a Milan-San Remo deixou o atual bi-campeão Tom Boonen e outros três que o perseguiam para trás, incluindo Thor Hushovd e Juan Antonio-Flecha, em uma das provas mais clássicas e tradicionais de todo o mundo, onde apenas 20 competidores concluíram seu infernal percurso, com outros 34 chegando acima do limite de tempo permitido, e ainda 85 que foram obrigados a desistir no meio do caminho, fazendo com que a vitória de Fabian Cancellara seja ainda mais valorizada, porque realmente não foi nada fácil. (Fotos: ZumaPress via PicApp)
1 Comentários:
Disputar uma prova no inferno não deve mesmo ser tarefa fácil. O cara para ganhar tem que ter muita qualidade, resistência e força.
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