Domínio espanhol no Tour
O tradicional brinde com champagne no 'passeio' da última etapa pela Champs Elysees. O pelotão passa junto às margens do rio Sena com a Torre Eiffel ao fundo e o arco do triunfo completando o cenário perfeito de Paris, a capital da França. Nada de extraordinário acontece com o líder Alberto Contador e ao final dos 102,5 km desde a cidade de Longjumeau os 39 segundos de vantagem sobre Andy Schleck são mantidos. Isso lhe rende a sua terceira conquista do Tour de France no ano que considerou o mais sofrido de todos, no ano em que suas atitudes na 15ª etapa foram contestas e no ano que históricamente ficará marcado pelo não cumprimento do 'fair play' e do código de ética que existe no ciclismo. No fundo mesmo sabendo que foi errado ele provavelmente pouco se importa com os fatos, o importante é que o domínio espanhol foi mantido.Lance Armstrong se despede, o heptacampeão da maior prova ciclística do mundo diz o seu adeus definitivo aos 38 anos de idade e pelo menos sai de cena por cima junto com seus companheiros premiados como a melhor equipe de todas. Faltou sorte esse ano com muitas quedas no início, em 2009 havia sido bem melhor quando subiu no pódio em terceiro lugar. No ano de 2005 nem se fala, naquela época ele faturava o título pela sétima vez consecutiva. A partir dali com sua saída não definitiva apenas ciclistas da Espanha levantaram a taça: Oscar Pereiro que herdeu o caneco de Floyd Landis suspenso por doping em 2006. Carlos Sastre que foi o melhor de 2008 e o contestado Alberto Contador desse ano que já havia sido campeão em 2007 e 2009. Além de manter domínio do país que levou o título da Copa do Mundo ele ainda entrou para o seleto grupo dos tricampeões.
Quando se falar em Tour de France todos serão obrigados a falar em Alberto Contador. Mesmo porque ele só tem 27 anos de idade e já igualou as marcas do belga Philippe Thys campeão em 1913, 1914 e 1920, ou dos franceses André Leducq, o melhor de 1928, 1930 e 1932 e Louison Bobet, dono da amarela em 1953, 1954 e 1955. Além do norte-americano Greg Lemond, campeão de 1986, 1989 e 1990. Perseguindo agora o francês Jacques Anquetil, o belga Eddy Merckx, o francês Bernard Hinault e o seu compatriota espanhol Miguel Indurain que somam cinco títulos cada um, além é claro de Lance Armstrong que segue como o maior vencedor de todos os tempos. O grande detalhe é que a Espanha nunca foi uma grande representante na Volta da França. Até 1988 a nação ibérica tinha apenas dois títulos da competição e agora vê este número subir para 12, sendo as últimas 10 delas nos últimos 23 anos.As atitudes de Contador para com Schleck, que depois desse segundo vice-campeonato seguido prometeu voltar no ano que vem para ser campeão, não irão jamais tirar toda a alegria de Alberto Contador. Nem mesmo o outro fator negativo de sua conquista que foi ter se tornado o sexto campeão desde 1947 que não faturou nenhuma etapa, os outros foram o francês Roger Walkowiak (1956), o italiano Gastone Nencini (1960), o francês Lucien Aimar (1966), o norte-americano Greg LeMond (1990) e o espanhol Oscar Pereiro (2006). É sempre bom vencer, Mark Cavendish fazendo história ao se tornar o primeiro ciclista que venceu dois anos seguidos em Paris que o diga, mas estar no pelotão principal na Champs Elysees com a camisa amarela é o que realmente importa no final das contas, pois isso significa que o lugar mais alto do pódio está garantido, e no caso de Alberto Contador garantido pela terceira vez na carreira.Alguns Reis da Espanha, o tenista Rafael Nadal e o herói da final da Copa Inisesta ligaram para Alberto Contador o felicitando pelo feito. Para o Fernando Alonso que foi ajudado pela Ferrari no GP da Alemanha é que ninguém iria ligar mesmo. O dia de festa da Espanha e do espanhol era também o dia de festa do italiano Alessandro Petacchi, que assegurou a camisa verde. Além de Anthony Charteau que levou o prêmio de montanha e também Sylvain Chavanel, maior combatividade pois um francês tinha que ser premiado também. Sem esquecer do luxemburguês Andy Schleck, dono da camisa branca, o jovem mais bem colocado que merecia ter levado o título no ano que teve a quinta menor diferença da história entre o primeiro e segundo colocados. No final de tudo pode se dizer que ele foi o campeão moral desse Tour de France, mas o que ele quer mesmo é ser o campeão de verdade, e o ano que vem tem tudo para fazer isso caso esse domínio todo da Espanha termine finalmente. (Fotos: ZumaPress e Eric Gaillard/Reuters via PicApp)
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