A primeira vez de Maria Riesch
Quando a prova de Slalom masculina começa já com muito atraso, não é possível ver nada. Nevoeiro intenso, tempestade de neve forte que devasta a região montanhosa de Lenzerheide, na Suiça. O croata Ivica Kostelić já tinha o título de campeão geral assegurado, não era preciso colocar em risco os esquiadores só para definir o título de uma modalidade, e é assim que pensam os organizadores da disputa feminina na Copa do Mundo de Esqui Alpino. Não era, no entanto, assim que algumas atletas gostariam que eles pensasem, ou não era sob essas condições meteorológicas que uma delas em especial esperava que este dia tão decisivo tivesse seu início logo pela manhã. A disputa final acirrada seria épica, mas foi definida por um cancelamento indispensável.Cancelamentos normalmente acontecem, o Giant Slalom de Arber-Zwiesel, na Alemanha ou todas as etapas de Sestriere e Maribor. Sem contar o Super G de Val-d'Isère e de St. Moritz no final do ano passado. O Super G é uma das provas favoritas da americana Lindsey Vonn, esses pontos poderiam ter feito a diferença no final, principalmente levando em consideração que outro Super G, na última etapa em Lenzerheide, também foi cancelado. Talvez por isso, e também pela vantagem da amiga e rival Maria Riesch em Lake Louise, praticamente sua segunda casa, tenha definido a alemã como a dominadora de toda a temporada, a líder quase que desde o início da competição que no final conseguiu levar o título por uma diferença de pontos mínima e inacreditável, 1728 a 1725.
A reação de Lindsey Vonn após terminar sua descida no Slalom um dia antes do fim da competição mostram o quanto ela sabia que aquilo era ruim. A então atual tricampeã geral da Copa do Mundo de Esqui Alpino havia conseguido a liderança dois dias antes depois da prova de Downhill, mas não conseguiu aumentar a vantagem com o cancelamento do Super G. No Slalom, que já foi em outros tempos muito mais fácil para a alemã Maria Riesch, uma diferença de 0,02 segundos poderia ter mudado completamente a história, poderia ter mantido Lindsey Vonn à frente de Riesch, e poderia ter lhe dado o seu quarto título seguido sem a disputa do Slalom. Mas não foi isso que aconteceu, e Maria Riesch é campeã geral pela primeira vez na carreira.
Foi apertado, foi dramático, foi inacreditável quando a notícia do cancelamento da etapa chegou, mas está mesmo acontecendo. Mesmo não sendo brilhante na reta final Maria Riesch merece muito o título, algo que uma alemã não conseguia desde 1998 quando Seizinger Katja foi a melhor. A grande rival de Vonn e também amiga fora da neve segue uma pequena rotina de ser melhor que a americana nos últimos tempos, incluindo não só a célebre etapa canadense de Lake Louise como também as Olimpíadas de Inverno de 2010 em Vancouver, onde levou duas de ouro e se tornou a rainha de Whistler Creekside. Hoje a rainha amplia ainda mais o seu imério, é coroada com uma das mais importantes conquistas dos esportes de inverno e finalmente tem o prazer de beijar o preciosismo globo de cristal concedido à campeã geral da Copa do Mundo de Esqui Alpino. (Imagem: Arte sob foto de Oliver Morin/AFP)
2 Comentários:
Realmente foi merecido pela obstinação e por tudo que ela enfrentou e fez esse ano! Sem falar da vitória contra uma excelente adversária. Pois é parceiro, se tivesse apostado como disse na sua última postagem, perderia...rsrsrsrs
Abs.
Jean Francisco
esportday.blogspot.com
@Jean: Eu tb perderia Jean, primeiro porque sou fã da Vonn e depois porque se a descida não é cancelada ela levava o título .....
abs
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