O Tiger Woods dos caddie´s

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Em um telefonema, em um simples telefonema para um simples pedido, para dar um tempo em seu trabalho com Tiger Woods que estava lesionado e inativo e ir trabalhar com Adam Scott; em plena atividade, necessitado, querendo ver se um caddie pode mesmo fazer alguma diferença no seu jogo além de apenas carregar a bolsa com todos os seus tacos. Não e apenas não, a negativa é ríspida, dura, precipitada. "Chegou a hora de você fazer uma pausa" e uma pausa em liguagem de caddie significa que você está demitido, assim Tiger Woods viveu um dia Roberto Justus. Mas isso não significou o fim da linha para Steve Williams, não siginificou o fim dos títulos, da carreira ou até mesmo da sorte. Onze anos ao lado do melhor talvez tenham lhe transformado no melhor, no Tiger Woods dos Caddie´s.

Se fosse para largar Tiger Woods e ir trabalhar com Phil Mickelson então aí sim a carreira de Steve Williams estaria arruinada. Foi em 2008, na Austrália, quando fez declarações fortes contra o americano - "Eu particularmente não gosto do cara" revelou aquele que por longos anos se dedicou tanto ao seu trabalho com Tiger Woods. Anos que provavelmente passou bem longe de sua terra natal, a Nova Zelândia, perdida e esqucida no Hemisfério Sul, tão perto da Austrália, e porque não ver no grande país vizinho uma nova chance de se reerguer, de voltar ao holofotes, de voltar ao topo, de mostrar que pode fazer muito mais do que carregar uma bolsa com tacos, escolher o melhor taco, caminhar pelos campos de golfe sendo apenas um ajudante. Era com Adam Scott que ele ia mesmo trabalhar enquanto Woods estava lesionado, e é com o australiano que ele volta a fazer aquilo que estava tão acostumado a fazer nos bons tempos.

Ali mesmo naqueles greens do Firestone Country Club, em 1999, no ano 2000, em 2001, por sete anos, sempre ao lado de Tiger Woods, sempre sendo um campeão sem muito valor no Bridgestone Invitational, assim como acontecia em qualquer outra conquista do melhor golfista do planeta. A fase boa acabou quando Elin Nordegren descobriu o que Woods achava que ninguém descobiria um dia, o casamento acabou, os patrocinadores encerraram os contatos, o dinheiro diminuiu, os títulos nunca mais vieram, mas ele estava sempre lá, o caddie Steve Williams nunca lhe abandonou, nunca deixou de carregar seus tacos, de se mostrar presente, na alegria da vitória e na tristeza da derrota, até o dia que foi forçado a fazer uma pausa, foi demitido na linguagem dos caddie´s e teve finalmente ser trabalho reconhecido quando finalmente tocou a vida para frente.

Tiger Woods buscava seu oitavo título em Akron, Ohio, mas quem ganhou o título lá pela oitava vez foi o caddie Steve Williams. O demitido, o dispensado, o renagado, o coitado da mala de tacos viu seu nome ser gritado pela torcida em um momento extremamente especial, um momento que jamais havia acontecido antes, pois sempre viveu à sombra de Tiger Woods. O caddie Steve Williams mostrou que ao lado do melhor do mundo aprendeu tudo sobre como ser o melhor, como pode ajudar um jogador a fazer o melhor no swing, nos putts, nos momentos difíceis. Adam Scott agradece imensamente, consegue 17 tacadas abaixo do par, o segundo melhor desempenho em toda a história do torneio. Tiger Woods ficou lá para trás, não teve a mínima chance, o dia era de outro Tiger Woods, o Tiger Woods dos caddie´s, Steve Williams, aquele que faz mais do que carregar tacos, porque ele carrega os tacos dos campeões e é campeão junto com eles. (Foto: Andy Lyons/Getty Images)

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