Sonho termina, exemplo fica

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"Tenho quase 62 anos e eu estou aqui no auge da minha vida", ... "Eu acho que isto é a primordial. Quando se atinge essa idade, você ainda tem um corpo que é forte, mas agora você também tem uma mente melhor." - Essas foram as belíssimas palavras da nadadora de endurance Diana Nyad, nascida em Nova York no ano de 1949 e decidida a ser uma atleta que vai além do comum, faz muito mais do que o trivial. E tudo começou quando ainda tinha 20 anos de idade, em 1970, quando se tornou a primeira mulher a percorrer uma distância de dez milhas pelas águas do lago Ontário. Em 1974 foram 22 milhas e em 1975 já ganhava mais noteriedade quando nadou 28 milhas em menos de oito horas, se tornando manchete nos jornais, podendo alimentar um sonho que jamais seria realizado, mas que se tornaria um grande exemplo para o mundo.

Hoje as coisas já são complicadas, em 1978 eram piores ainda. Diana tinha 28 anos de idade, uma gaiola contra tubarões para lhe proteger e muito provavelmente os mesmos ideais que tem atualmente para querer nadar entre Cuba e os Estados Unidos. Ela partiu de Havana para Key West, não conseguiu se manter em linha reta, percorreu pelas águas do oeceano Atlântico cerca de 76 milhas, mas foi obrigada a interromper o seu gigantesco desafio, o seu grande sonho. Os ventos fortes eram impiedosos, empurravam a gaiola para fora do seu curso e complicavam ainda mais a sua situação. Em 1979, aos 30 anos, Diana Nyad estabeleceu um novo recorde ao nadar 102 milhas nas Bahamas, sem jaula e com ventos favoráveis. Foi sua última grande competição oficial, mas não seria o fim dos seus anseios por ver um mundo melhor através do esporte.

Desafiar os limites do corpo humano. Se integrar com a natureza, saber do que ainda é capaz, praticar o seu esporte favorito e ver o reconhecimento dos fãs, daqueles que idolatram os grandes feitos esportivos mundiais. Diana Nyad, esta senhora de 61 anos de idade, na plenitude de suas convicções consegue ir além de tudo isso, desafia o oceano e a si mesma em busca de algo mais, em busca da união entre Cuba e os Estados Unidos, da união entre os dois povos tão distantes pelas questões políticas. Por isso ela fica quase um ano negociando uma permissão para tentar nadar de Havana até a Flórida novamente, desta vez sem auxílio de uma jaula contra tubarões, investindo quase U$ 500 mil dólares, contando com uma equipe de quase 30 pessoas, revivendo sua vida de mais de 30 anos atrás em busca do seu sonho e mais do que isso dando exemplo para muitos.

Já era o final de um linda tarde, com o sol se pondo no horizonte e uma enorme quantidade de pessoas e também da imprensa para registrar o momento da saída. Lá se vai Diana Nyad, braçada a braçada pelas águas do Atlântico, querendo ligar Cuba com os Estados Unidos através de um feito que ninguém jamais realizou em toda a história. Em 1978, em 2011, ventos muito fortes, a temperatura da água caindo, uma correnteza enorme que não estava prevista, dores fortíssimas nos ombros, um abandono triste, melancólico, injusto para essa guerreira do esporte que não viu nos limites da sua idade uma fronteira que pudesse impedi-la de buscar o seu objetivo, de realizar o seu desejo que a muito tempo tinha em sua mente sadia e persistente. Foi o fim para Diana Nyad, mas sua atitude mostrou que o mundo não precisa de um fim, que a vida pode ser melhor se todos se unirem, se não houverem diferenças, se ninguém desejar o mal para ninguém e se todos pudessem apenas buscar o seu sonho por um mundo melhor. (Foto: Divulgação)

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