A cãibra de Nadal no US Open
A vida no último Grand Slam do ano em Nova York não está sendo nada fácil. Hoje, já com uma semana após a passagem do furacão Irene que chegou por sorte apenas como uma tempestade tropical, as temperaturas até baixaram um pouco, estão na casa dos 23ºC e não devem passar disso nos próximos dias, com possibilidade de chuva inclusive, mas nas primeiras rodadas da competição a coisa foi feia, quente, sacrificante, impiedosa para muitos jogadores. Roger Federer disse que mal pode acreditar no que está acontecendo, antes mesmo de chegar na fase de oitavas-de-final e 14 tenistas já abandonaram o complexo de Flushing Meadows, 19 contando a fase de qualifying. É uma marca negativa recorde que não acontecia desde Wimbledon 2008 que teve 12 baixas.Para vencer um torneio de Grand Slam você realmente tem que estar muito preparado. Nunca se sabe quando será obrigado a ficar praticamente 30 segundos trocando bola com o adversário, principalmente quando se trata de um brak point, em mais um jogo duro, mais um duelo quante nas quadras quentes da Big Apple. Ana Ivanovic não hesita em celebrar com extremo entusiasmo, afinal ela não só venceu o ponto como venceu o jogo também contra Sloane Stephens. Por sorte ela não teve nenhum problema físico, nenhuma náusea como a italiana Flavia Pennetta e qualquer outro problema que a fizesse seguir o mesmo caminho dos outros 14 jogadores que fizeram o que Federer jamais faria, abandonaram durante o jogo, não se esforçaram nem um pouco mais, nem em respeito aos fãs como pregou o suiço tantas vezes campeão do US Open.
Por ser grande o número de abandonos, questionar se um ou outro pudesse resistir mais é realmente plausível, mas sem dúvida a maioria deles não tomaria essa decisão se realmente tivesse condições de continuar. Um desses jogadores que realmente se mostraria guerreiro, resistente, persistente é sem dúvida alguma o espanhol Rafael Nadal. O atual número dois do mundo e atual campeão do US Open até recebe um ou outro atendimento médico na quadra, precaução de campeão, coisa de jogador profissional que realmente tem que estar 100% durante uma partida tão importante. O adversário argentino David Nalbandian é osso duro de roer, joga muito e resiste o máximo que pode. Nadal acaba vencendo, por 3 sets a 0, com dificuldade e com dores que só iriam aparecer depois.
Só iriam aparecer no vestiário, longe das câmeras de TV, como já ocorreu tantas outras vezes e segundo o próprio Nadal ninguém ficaria sabendo. Desta vez não, a expressão do espanhol muda completamente enquanto responde as perguntas, na coletiva de imprensa, ao vivo para alguns países a dor lhe pega de surpresa, ele escorrega pela cadeira e cai no chão, o susto para muitos é inevitável. Rafael Nadal teve uma dolorosa cãibra na perna direita, foi atendido imediatamente por quase dez minutos, mas disse que logo estará totalmente recuperado e pronto para continuar jogando, pronto para enfrentar o luxemburguês Gilles Müller nas oitavas-de-final. A vida no US Open este não não está fácil, deve levar ainda mais do que 14 jogadores embora, sem que sejam derrotados, mas Federer e Nadal não devem fazer parte dessa lista, eles aguentam a dor, na frente das câmeras, para todos verem como a vida de um atleta não é nada fácil. (Foto: AP)
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