Aberto da Austrália tem favorita
Uma é pouco, três seriam demais, mas duas era muito bom. O mundo do tênis feminino viveu uma época onde duas jogadoras belgas brilhavam como nunca dentro e até mesmo fora das quadras. Hoje não é mais assim. Parece até que foi ontem, a final de Roland Garros em 2003 ou a decisão do Aberto da Austrália de 2004. Justine Henin frente a frente com sua compatriota Kim Clijsters, assim como no US Open de 2003, sempre conseguindo a vitória, sempre superando a rival para quem perdia em Grand Slam apenas se fosse quartas-de-final ou semifinal, na terra do canguru em 2002 ou no saibro francês em 2001. Tempos difíceis que foram melhorando, mas que talvez fizessem o passado voltar à tona se as duas ainda estivesse juntas no circuito.Não ouvimos falar muito de Kim Clijsters em 2011, porém não é porque ela parou de jogar que não temos mais duas belgas no atual cenário da WTA. Clijsters não apareceu muito por causa de algumas lesões, justamente o motivo que fez Justine Henin se afastar para sempre do tênis profissional. A notícia foi tão triste e difícil de aceitar como na primeira vez que Henin havia se aposentado, ou como na época em que a própria Clijsters se afastou também, para ser mãe, para viver uma vida longe das quadras que poderá viver muito tempo no futuro, mas que a fez perceber onde é realmente o seu lugar atualmente. Onde seria o lugar de Justine Henin se não fossem tantos problemas físicos. Quem sabe reeditando mais um dos históricos confrontos que as duas faziam uma contra a outra.
Justine vencia a compatriota rival em finais de Grand Slam e chegou a ganhar até semifinais em 2006 no Aberto da França e em Wimbledon. Mas após a parada das duas as coisas mudaram muito. Tudo aconteceu em 2010, não como todos esperavam, não como poderia ter sido em 2011 e quem sabe agora em 2012, mas deram uma idéia de que a vida de Henin não estava mais tão fácil como foi durante tanto tempo. Três jogos, três duelos bem acirrados e três vitórias de Clijsters. Brisbane, Miami e oitavas-de-final de Wimbledon, o último duelo das conterrâneas que fez Henin ficar com uma desvantagem de 12 vitórias contra 13. Uma desvantagem que jamais poderá ser revertida, porque Henin se aposentou e só Kim segue jogando, e jogando tão bem quanto seus melhores dias do passado.
Pobre Ana Ivanovic, que também já viveu melhores dias, já venceu até em Roland Garros. Pobre Iveta Benesova, ela é apenas a número 54 do ranking, mas havia passado pela australiana Samantha Stosur, isso realmente não é qualquer coisa. Pobre Serena Williams, que vence e abandona por lesão, que também já escreveu a história ao lado da irmã Venus como fizeram Justine Henin e Kim Clijsters. Em Brisbane a belga brilhou em 2010 e quer brilhar novamente em 2012, sem sofrer com as lesões, sem tomar conhecimento das adversárias, sem temer ver pela frente aquela que já lhe trouxe tantos pesadelos em outros tempos. Não tem mais Justine Henin para perder os jogos, talvez não tenha mais ninguém que atrapalhe seus planos de vencer no Aberto da Austrália como venceu no ano passado.
Caroline Wozniacki, a número um do mundo que jamais venceu um Grand Slam em toda a sua carreira? Ou a sensação do momento Petra Kvitová? Esse tipo de piso é mesmo bom para ela? Ainda temos a beleza sem muito resultado de Victoria Azarenka e a beleza com mais resultado de Maria Sharapova, que está treinando forte em Melbourne. Li Na, Samantha Stosur jogando em casa, Vera Zvonareva talvez e quem sabe Andrea Petkovic e Serena Williams caso se recupere a tempo. No circuito feminino existem vários nomes para serem apontadas como favoritas em um Grand Slam hoje em dia, nada é mais certo como na época de Hingis, Davenport e Capriati. Ou ainda na época das irmãs Williams, de Henin e de Clijsters. Exceto claro pelo simples fato que Clijsters ainda joga e ainda joga muito aos 28 anos de idade.
Porque Kim Clijsters é favorita no Aberto da Austrália desse ano? Pode ser porque ela venceu no ano passado, porque está jogando muito nessa semana em Brisbane, porque suas rivais não vivem um momento tão bom ou até mesmo porque não haverá Justine Henin no caminho. Mas seu favoritismo vai além de tudo isso, seu favoritismo é baseado no simples fato de que quando ela está jogando com 100% de sua capacidade, são poucas as que podem lhe parar. Desde 2005 jogou três vezes no US Open e foi campeão nas três ocasiões. Na Austrália desde 2002 ela só foi mal em 2010, parando na terceira rodada, conseguindo nas outras ocasiões a final, semifinal ou o título. A única belga com qualidade que resta no circuito pode até perder esse ano, mas mesmo entrando como cabeça-de-chave número 12 ela tem tudo e mais um pouco para defender os 2000 pontos que ganhou no ranking ano passado. (Foto: AFP PHOTO / William WEST)
1 Comentários:
Mais um ano se inicia e naum temos nenhuma brasileiro(a), tanto no masculino, como no feminino, sendo favorito no Tenis... Uma pena! =/
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