É como nadar e morrer na praia
Levanto em consideração o fato de que no Brasil só se pensa em futebol e ainda faltam muitos anos-luz para mudar essa filosofia, então a comparação é válida e inevitável: O New York Knicks na NBA é como o time da Portuguesa no futebol paulista e até brasileiro. Um título conquistado a muitos anos atrás, uma final alcançada por um milagre tempos depois e nada mais. Ambos estão em uma grande cidade do país, seu nome é conhecido em todos os cantos, seus jogos são importantes, já chamados de clássicos em outrora, mas no fundo eles não são uma equipe grande. Eles só conseguem ser na base do grito, da torcida apaixonada, da esperança de que "esse ano vai". A única diferença entre Knicks e Portuguesa é que o time de Nova York tem muito mais dinheiro.Com tanta grana em caixa eles podem trazer uma estrela como Carmelo Anthony e fazer parecer que as glórias de 1971 e 1973 irão se repetir. Que os bons tempos de Patrick Ewing voltarão à tona, a chance de ser campeão novamente para delírio da fervorosa torcida que sempre lota o Madison Square Garden. A estrada porém é muito maior e mais penosa do que aparenta ser, uma estrada pior que as estrada de gelo levam caminhoneiros destemidos até Fairbanks ou Prudhoe Bay. Dizem que não se trata de Anthony, Lin ou Mike D'Antoni. O problema seria o Knicks, o problema seria a franquia que parece grande, mas não é. Eles apenas estão em uma cidade grande jogando em uma arena lendária. Movimentando milhões de dólares e dando falsas esperanças para uma torcida apixonada. O Chicago Cubs tem mais chances de vencer a MLB do que o Knicks a NBA.
Depois de seis derrotas seguidas, o técnico foi embora. Isso parece até o futebol brasileiro novamente, mas não é o caso nesse caso. Mike D'Antoni tentava de forma frustrante fazer o impossível no time da Big Apple, foram longos três anos e muito mais derrotas do que vitórias. Depois que Carmelo Anthony chegou a situação não melhorou, mais derrotas do que vitórias. Veio o Tyson Chandler do Dallas Mavericks, o time campeão do ano passado. Explodiu a sensação Jeremy Lin, reinventando o basquete, causando furor e o que aconteceu depois? Nada. O Knicks voltou a ser o mesmo Knicks de sempre, fora da zona de classificação para os playoffs, esquecido no mapa, vivendo como sempre foi e como nunca parece ser. O Knicks não é o Yankees, nem o Rangers e tão pouco o Giants, o Knicks é apenas o Knicks.
Hoje o aproveitamente está abaixo dos 50%, mas quando se consegue uma vitória por 121 a 79, mesmo que contra o fraco Portland Trailblazers, e logo após a saída do técnico acusado de ser o grande problema com seus sistema de jogo difícil de encaixar Anthony, ou Anthony ao lado de Lin, todos tendem a achar que "agora vai". Com o Knicks é assim, principalmente depois de 1971 e 1973 e depois de Patrick Ewing ou Latrell Sprewell. Sempre surge a esperança para o time que não é grande, mas que é da cidade grande. Esperanças que hoje já não existem muito na Portuguesa. Esperanças de ver Phil Jackson em Manhattan, voltar a alimentar um sonho que nuca termina, pensar em realmente ir aos playoffs desse ano. E para que? Para perder feio do Miami ou de Chicago como perdeu para o Boston no ano passado? Muito provavelmente, pois com o Knicks é assim, é como nadar e morrer na praia. (Foto: Chris Trotman/Getty Images)
2 Comentários:
Acompanho NBA desde 1990 e sempre ouvi falar que o Knicks era um time histórico. Desde então pouco vi o time disputando algo importante na competição, salvo um ou outro lampejo de Ewing ou Sprewell alguns anos atrás.
Acredito que é um time em formação pro próximo ano, mas de qualquer forma está muito aquém do que poderia ser.
Luiz Paulo Knop
www.resenhaesportiva.com
@Luiz Paulo Knop: Eu comecei a acompanhar desde essa época do Ewing e do Sprewell. É mais ou menos como a época do Iverson no 76ers ou a recente boa fase de LeBron James no Cavaliers. A única diferença é que o Knicks é de uma cidade grande conhecida no mundo todo ..... se trabalhar direito com um bom treinador o Knicks pode ser campeão, mas o Cavaliers nunca foi, nem o Orlando Magic .... então sabemos que não basta chegar na final, você pode nadar nadar e morrer na praia ....
Postar um comentário