Quem foi o MVP das finais?
Sempre considerei esse nome Warriors meio esquisito. Piorava ainda mais a época, como por exemplo a temporada de 1999-2000 onde o time figurava nas últimas colocações chegando a ter 63 derrotas e apenas 19 vitórias. Só não era pior que o Los Angeles Clippers, o primo pobre da Califórnia que hoje em dia consegue ser melhor até que o Lakers. Em 2007 eles voltaram aos playoffs, e passaram para a segunda rodada. Depois disso só em 2013, já com Stephen Curry que havia chegado em 2009. Mesmo assim ainda faltava algo a mais, em 2014 não passaram nem da primeira rodada dos playoffs. Warriors, um nome estranho, um time ruim que havia sido campeão a muitos e muitos anos atrás. Um time que sabe-se lá como se renovou de uma forma tão incrível que conseguiu se tornar novamente campeão da NBA.
Ainda na temporada regular alcançou o maior número de vitórias de sua história. Chegou a 67 triunfos. Quem poderia frear a equipe do MVP Curry? O New Orleans Pelicans não teve nem chances na primeira rodada. O Menphis Grizzles ainda conseguiu vencer duas partidas. O Houston Rockets era uma equipe com potencial, tinha o James Harden com chances de ser MVP também da temporada regular, o Dwight Howard que é sempre uma pedreira. Mas conseguiram vencer só um jogo. Então que venha a grane final. Que venha o Cleveland Cavaliers novamente com LeBron James e finalmente alguém à altura do "Estado de ouro" de Oakland. Mesmo que o time amarelo da Califórnia seja o Lakers. E eles vieram mesmo, mas será que era o Cavaliers mesmo?
LeBron James voltou para Cleveland para fazer o Cavs ser campeão da NBA pela primeira vez em sua história. Então ele levou a receita que deu certo em Miami, ou seja, ter bons companheiros e não jogar sozinho. Nem Michel Jordan jogava sozinho, Scottie Pippen e Dennis Rodman agradcem a lembrança. Então ele contou com peças chave: Kevin Love e Kyrie Irving. Tava perfeito. Estava tudo preparado para erguer o troféu de campeão. Mesmo que a campanha do Atlanta Hawks tenha sido melhor na temporada regular. Mesmo que os candidatos a MVP da temporada fossem todos os Oeste. Não importava, nos playoffs a história era outra e eles foram passando por cima. Boston, Chicago, o Atlanta foi massacrado. Tudo estava encaminhado, mas algo acabou saindo errado.
Kevin Love se machuca. Tudo bem, ainda tem o Irving. Primeiro jogo da final, prorrogação, equilíbrio total e adeus Kyrie Irving. Tudo acabado? Pelo contrário. O Cleveland deve ter imaginado que iria sofrer com problemas de lesão. Eles acabaram com a vida do New York Knicks e trouxeram J.R. Smith e Iman Shumpert. Assim vão se segurando. Quando a coisa aperta aparece um Timofey Mozgov e resolve, quando a coisa fica feia pode deixar com Tristan Thompson. Mas o mais incrível de tudo é que, quando tudo parecia perdido, surgiu do nada um australiano para dar alguma esperança. Matthew Dellavedova deu, nos jogos dois e três, a impressão de que aos trancos e barrancos os Cleveland Cavaliers poderia ser campeão da NBA com LeBron James fazendo o possível e também o impossível. Exceto talvez pelo simples fato de que o impossível era mesmo impossível.
Durou até o técnico Steve Kerr perceber como resolver o problema. Aliás, a diferença entre o Golden do ano passado e o desse ano praticamente é apenas o técnico, pois tanto Curry como Klay Thompson, David Lee, Draymond Green e até Andre Iguodala estavam na equipe de 2014. Assim ele venceu três partidas seguidas, principalmente por ter feito de Iguodala o jogador titular. Foi tão importante a mudança que a NBA resolveu dar o prêmio de MVP das Finais para o jogador que atua na liga desde 2004 quando estreou pelo Philadelphia 76ers. Foi a primeira vez na história que um jogador que não começou nenhum jogo como titular durante toda a temporada regular acabou sendo MVP das Finais. Levando em consideração tudo que LeBron James fez, com alguns números até melhores que Michael Jordan e Kobe Bryant, parecia que pela segunda vez na história depois de Jerry West em 1969, um perdedor seria o MVP. Afinal ele teve média de 35 pontos e chegou a fazer 44 em um só jogo, sem contar os triplos duplos por liderar também em assistências e rebotes. Mas não foi o que ocorreu.
O Golden e seu esquisito Warriors mereceram o título. Stephen Curry talvez não tenha jogado as finais como jogou a temporada regular e até mesmo os playoffs, mas é um grande gênio e faz coisas tão mirabolantes, da excelentes assistências e acerta bolas de três pontos tão incríveis que seus jogos ruins não afetam seu merecimento. Para Lebron fica a certeza que carregar o time sozinho na costas é uma missão impossível. Já para o Cleveland fica a certeza de que com LeBron e companheiros à altura não lesionados, o título se tornará realidade mais cedo ou mais tarde. E se isso acontecer, então não restará dúvidas de quem deve ser eleito o MVP.
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