A nadadora que nunca levou prata e bronze
No Mundial de natação de Kazan, na Rússia (que ideia sensacional colocar uma piscina dentro de um estádio, e será estádio da próxima Copa do Mundo, já está pronto), teve uma nadadora que chamou muito a atenção. Alzain Tareq, do Bahrein, com apenas 10 anos de idade estava lá, já competindo, já sentindo o clima de uma disputa internacional. Ela nunca levou prata e nem bronze, muito menos ouro, mas quem sabe um dia. Parece precoce estar em uma competição de alto nível como um Mundial (só perde para as Olimpíadas em importância), mas vale à pena. Nas Olimpíadas de 2012, por exemplo, havia uma nadadora americana de apenas 15 anos de idade competindo. Ela também não ganhou nem a medalha de prata e nem a medalha de bronze, ela ganhou mesmo foi o ouro nos 800 metros livres.
Katie Ledecky assombrou o mundo com sua performance avassaladora, mesmo ainda estando com apenas 15 anos de idade. O Reino Unido e apenas uma medalhinha de ouro era apenas o começo de um história que seria ainda maior e ainda mais dorada. Vieram pela frente o campeonato Mundial de Barcelona em 2013, o Pan-Pacífico de 2014 (considerado pelos americanos muito mais importante que o Jogos Pan-Americanos), e agora o Mundial de Kazan, não confunda com o gênio da lampada Kazaam (Shaquille O'Neal). Mais três competições e acreditem ou não, nada de prata e nem mesmo bronze, porém muitos e muitos ouros. Katie Ledecky simplesmente jamais perdeu uma final de natação que já disputou em toda a sua (ainda) curta carreira.
Rio 2016 que se prepare. Até o Mundial de 2013, a grande nadadora dos Estados Unidos e considerada até como o Michel Phelps de saia, era Missy Franklin. A até então promissora atleta ainda está com 20 anos e tem muito chão pela frente, mas parece que a vida dos nadadores americanos tem data de validade curta, logo chega alguém e toma o lugar. Não exatamente o mesmo lugar, afinal Franklin tem como principal arma o nado de costas enquanto Ledecky é especialista no nado livre de longas distâncias. Mas a nova princesinha da América já conseguiu ir além nesse ano, pois não só ganhou suas habituais disputas como também se aventurou nos 200 metros livres e, claro, venceu também. Essa era uma das provas de Franklin, que acabou ficando com o bronze.
Os 200 metros livres, os 400, os 800 e 1500 (esses dois últimos com direito a recorde mundial). Katie Ledecky ainda levou o revezamento 4x200 metros livres e terminou a disputa com cinco medalhas de ouro. Ela diz que tem suas metas e não se deixa ser comparada com Phelps na busca por mais medalhas olímpicas nas Olimpíadas do ano que vem, mas se participasse de mais revezamentos como participa Franklin, certamente poderia alcanaçar até nove medalhas douradas. O problema é que as provas de revezamento geralmente são mais rápidas, com 100 metros para cada participante e, seu forte são as longas distâncias. A natação feminina em Kazan teve grandes nomes como Sarah Sjöström, Emily Seebohm, a Katinka Hosszú mostrando sua força e Yuliya Efimova fazendo a alegria dos torcedores locais, mas nenhuma delas conseguiu ser tão grandiosa quanto Katie Ledecky. A americana dourada que não sabe o que é perder, a nadadora que nunca levou prata e bronze, ela só leva ouro.
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