Tão perto e cada vez mais longe
A impressão que se tem é de que nunca choveu tanto na Europa. Já faz algum tempo que não ouvimos falar em "aquecimento global", a mídia parece querer ignorar a questão. Será mesmo verdade ou é mais uma teoria da conspiração? O nível do rio Sena subiu como nunca se via a muitos anos, mesmo assim era muito melhor estar em Paris do que em Caracas. Ninguém aguenta mais o Maduro e a Venezuela se afunda cada vez mais, como qualquer um nas enchentes europeias. Só não se afunda quem consegue nadar contra a maré, quem surpreende e desbanca favoritos. Quem saiu da Venezuela para trilhar seu caminho na Espanha e ser coroada como a nova princesa do saibro francês.
A princesa de um reino do qual uma das donas estava do outro lado da rede. Desta vez sem ver a água caindo do céu que continua cinzento. Desta vez mantendo seu favoritismo, mas assombrada pelo negativismo dos últimos três torneios de Grand Slam. A jogadora americana Serena Williams chegou ao seu vigésimo primeiro título de Grand Slam no ano passado, mas mesmo que não precisa de mais nenhum para confirmar ser uma das maiores jogadoras de todos os tempos, ela nunca mais conseguiu vencer novamente. Derrota na semifinal do US Open do ano passado, derrota na final do Aberto da Austrália desse ano e, agora, o revés na final de Roland Garros.
Quem agradece é Steffi Graf e Margaret Court. Serena Williams esteve tão perto e agora parece estar cada vez mais longe. Aos 34 anos de idade, seu único conforto parece estar no fato que foi aos 33 anos que chegou mais perto de ter conquistado os quatro título no mesmo ano. Ela chegou aos 21 no total e não consegue igualar os 22 da alemã Graf. Tão pouco ultrapassá-la para quem sabe ter a chance de ir aos 24 da australiana Court. É difícil não apostar em Serena Williams, mesmo nessa situação e, principalmente quando se aproxima o torneio de Wimbledon, que foi justamente a última vez que ela conseguiu ser campeã de um torneio de Grand Slam.
Naquela ocasião ela derrotou a jovem Garbiñe Muguruza e, agora na grande final do Aberto da França em Paris, quem estava lá novamente era justamente a própria Murguruza. Esperança para Williams? Ou seria mais um pesadelo? Em 2013 Serena Williams caiu na segunda rodada por um duplo 6-2, a rival era Garbiñe Muguruza. Naquela época talvez Murguruza ainda pensava em defender ou não a Venezuela, que está sempre bem representada nos concursos de beleza. A terra natal, hoje em dia devastada economicamente, não prevaleceu e então a Espanha se tornou sua pátria. A Espanha que não conquistava um título de Grand Slam desde Arantxa Sánchez Vicario em 1998. O primeiro título de Garbiñe Muguruza em Paris que impediu, mais uma vez, o vigésimo segundo Grand Slam de Serna Williams.
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