Futebol feminino: Megan Rapinoe
Dê voz para alguém e encontre pessoas que estejam dispostas a ouvi-la. Com esta receita o seu grito irá ecoar nos quatro cantos do mundo. Certamente muitos estarão escutando, mas talvez poucos estejam assimilando. A jornada ainda é longa, mas um caminho sinuoso e difícil está sendo percorrida com passos muito mais largos do que já foram em outros tempos. No Brasil, de forma bizarra, o futebol feminino era até mesmo proibido no Brasil até o final dos anos de 1980. Isso, de certa, talvez nem tenha feito muita diferença, afinal a primeira Copa do Mundo de futebol feminino só foi disputada em 1990. Não muito tempo, mas também não é pouco, porém se elas sempre tiveram algo para dizer, só foram realmente ouvidas agora, na Copa de 2019, quando a elas foi dado mais voz e seus gritos finalmente ecoaram.
Uma das jogadoras que ganhou voz e que foi ouvida é a brasileira Marta. O Brasil já viveu dias melhores na Copa do Mundo de futebol feminino, com um vice campeonato e um terceiro lugar. A Marta já ganhou o prêmio de melhora jogadora do mundo por seis vezes. Elas sempre estiveram aí nos últimos anos, mas a impressão é de que elas acabaram de serem "descobertas". Isso acontece por um fato relativamente simples e ao mesmo tempo complexo, pois foi a primeira vez na história que uma certa emissora de TV aberta (considerada a maior do país), finalmente resolveu transmitir os jogos ao vivo. Para se ter uma ideia de como isso faz a diferença é só ver que muitas pessoas não sabem e não fazem ideia de que os jogos Pan-Americanos acontecem no Peru e começam dia no próximo dia 26 de julho.
E se a Marta, uma velha conhecida, de um time eliminado pelas anfitriãs nas oitavas-de-final, ganhou voz e foi ouvida, então imagina só a principal jogadora do time que foi campeão e que sempre este entre os quatro melhores em todas as edições da competição? Sim, os Estados Unidos sempre foram ou primeiro, ou segundo ou terceiro lugar em todas as oito edições da Copa do Mundo de futebol feminino. É totalmente o oposto da seleção masculina que muitas vezes não consegue nem se classificar para a Copa do Mundo, como ocorreu na última edição de 2018 na Rússia. Elas estão mais no topo do que os escaladores do Monte Everest, e mesmo assim elas tem algo para dizer e também querem ser ouvidas. E assim sendo, que seja então Megan Rapinoe a sua porta voz, pois ela não apenas fala com razão, como também é a melhor jogadora da competição e uma das artilheiras também.
A principal reivindicação é para pagamentos iguais entre homens e mulheres. É um apelo que mulheres fazem no mundo todo em qualquer área de trabalho. o tênis é um dos poucos esportes que respeitaram os direitos iguais e, em vários torneios como os de Grand Slam estão pagando os mesmos valores tanto para os campeões como para as campeãs. E não tem problema se as mulheres jogam mesmo como é o caso do tênis, pois não se trata de jornada de trabalho e sim de quanto dinheiro gira em torno de cada competição. É fato e é óbvio que a Seleção feminina de futebol dos Estados Unidos é muito mais bem sucedida que a masculina, mas o que poucos sabem é que ela também gera muito mais dinheiro e lucro do que os reapresentantes do sexo oposto. Essa é portanto a grande injustiça do caso, que talvez mude agora que as mulheres receberam voz e começaram a falar, para que possam ser ouvidas.
0 Comentários:
Postar um comentário