Tour de France: Egan Bernal

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O Tour de France está entre as três maiores competições de ciclismo do mundo em cada ano, mas se formos colocar lado a lado com o Giro de Itália e com a Vuelta a Espanha, fica difícil não exaltar o desafio francês como o maior de todos eles. E sendo assim, ás vezes os seus vencedores podem ser considerados como extraordinários dependendo da forma como chegaram lá. Neste ano de 2019 foi assim, com um colombiano que fez história duas vezes, depois que a França chegou muito perto de ver um nativo sendo campeão outra vez. Não deu para eles e para mais nenhum outro favorito, porque a vez entre tantos não-favoritos foi de um jovem como fizera Alberto Contador em 2007, além da primeira vez de um sul-americano campeão em toda a história da prova.

Dentre todos os sul-americanos, a Colômbia sempre foi o país que mais perto havia chegado da grande glória de vencer o Tour. Na história recente tivemos Fabio Parra, Luis Herrera e talvez o mais conhecido de todos que foi Santiago Botero, um ciclista que duelava com Lance Armstrong na época que ninguém sabia do uso de doping do americano. Ele só venceu o prêmio de escalador no ano 2000, mas dava muito trabalho. O tempo passou e então surgiu Nairo Quintana, jovem mais bem colocado em 2013 e vencedor do prêmio de escalador no mesmo ano. Em 2015 ainda era o jovem mais bem colocado, venceu o Giro de Itália e também a Vuelta a Espanha, mas as duas grandes competições não são tão grandiosas como o Tour, faltava um pouco mais para a Colômbia e para os sul-americanos.

Faltava e ainda faltará também para a própria França. O país anfitrião da maior competição de ciclismo do mundo já viu seus atletas brilharam muitas vezes, é claro, mas não vêem mais desde 1985 quando Bernard Hinault subiu no ponto mais alto do pódio pela primeira vez. As esperanças se renovaram este ano, eles tinham Julian Alaphilippe surpreendendo já na etapa 3 quando assumiu a camisa amarela. Ela se foi na sexta etapa, mas retornou na oitava para não sair mais até pelo menos a décima nona e ante-penúltima etapa do Tour de 2019. Foi um dia trágico, com chuva de granizo, pista bloqueada, deslizamento de terra na encosta, um grande caos e o encerramento da etapa antes do fim. Foi também o fim da linha para o francês que viu a liderança ir por água abaixo.

Tristeza de um lado. Alegria e emoção comovente do outro. Egan Bernal vestiu a camisa branca de jovem mais bem colocado na etapa dez. Ele a perdeu por um momento, mas depois não a tirou mais. Em 2007 o espanhol Alberto Contador havia sido campeão geral e também o jovem mais bem colocado. A façanha se repetiu em 2010 com Andy Schleck, mas o luxemburguês já havia sido o jovem mais bem colocado nos dois anos anteriores. Ser o jovem mais bem colocado e ainda vestir a camisa amarela é para poucos, principalmente quando um francês lidera em casa, principalmente quando seu compatriota ainda corre e vence uma etapa, ou seu companheiro de equipe é o vencedor do ano anterior. A pressão era grande, mas o jovem ciclista conseguiu triunfar, e conseguiu ser o primeiro campeão da América Latina no Tour de France. Impossível não considerar isso extraordinário e colocá-lo como um dos maiores nomes do esporte no ano.

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