Três estrelas ou uma estrela?
É engraçado, mas às vezes temos a impressão que os jogadores do Miami Heat combinam sobre qual de suas três estrelas vai brilhar mais em cada jogo. - "Não, hoje é sua vez, tudo bem, amanhã você será o cestinha, ok? tá bom" - Os status de MVP, principal jogador ou 'salvador da pátria' foram sacrificados em busca de um sonho, de um ideal, do único objetivo que cada atleta e cada time tem na NBA, ser o grande campeão. LeBron James marcou 24 pontos no primeiro jogo, a equipe venceu, estava tudo bem na Flórida, principalmente quando chegou a vez de Dwayne Wade na segunda partida, 36 pontos marcados, coisa linda, principalmente quando se tem a bola do jogo nas mãos faltando apenas um segundo para o fim do jogo. O arremesso é de três pontos, toca no aro, não entra e o mundo desaba em sua cabeça.Na terceira partida que acontecerá em Dallas no próximo domingo, não será a vez de Chris Bosh, isso de fato não existe, o que acontece é que às vezes um vai melhor que o outro em cada partida. Se perguntarem a cada um deles quem eles acham que seria o MVP das finais, certamente responderão que o título é mais importante do que ser MVP, mesmo porque eles sabem que a equipe foi formada justamente para deixarem de serem os melhores individualmente e serem os melhores coletivamente para assim serem campeões. Só que esqueceram de avisar o Dallas Mavericks e Dirk Nowitzki sobre isso, esqueceram de avisar que a estrela quase solitária do Mavs pode resolver uma partida praticamente perdida, que pode jogar até com uma lesão no dedo, que pode marcar os últimos nove pontos de sua equipe e tirar uma vantagem do rival de 15 pontos.
Kobe Bryant já atuou com uma lesão no dedo em uma vitória do Lakers contra o Bulls durante a temporada regular em dezembro de 2009. Mais épico do que isso foi o dia em que Michael Jordan jogou gripado, com febre, infecção estomacal e ainda marcou 40 pontos no jogo cinco das finais de 1997 contra o Utah Jazz. As grandes estrelas brilham nos momentos decisivos, não combinam sobre qual será o seu dia de decidir uma partida, não dividem suas atenções e salvam um dia que estava praticamente perdido. Uma tala no dedo não é problema para Dirk Nowitzki, a cesta de três pontos que colocou o Dallas com uma vantatgem de 93 a 90 foi absurdamente incrível porque foi extremamente arriscada, receber o passe de Jason Kidd e partir para cima esperando a falta que não vem e conseguir mais dois pontos com a bandeja quando restavam apenas três segundos e muito mais do que brilhante, é sensacional por todas as circunstâncias.
Desde 1992 uma equipe não tirava uma desvantagem de 15 pontos no últimos quarto do jogo em uma série final da NBA. Pat Riley, hoje presidente do Heat, não via uma equipe sua sofrer uma virada dessas desde que era técnico do Lakers em 1984 e viu sua equipe sucumbir da mesma forma diante do Boston Celtics liderado por Larry Bird, ironicamente no mesmo jogo dois da série. Naquela ocasião o Lakers perdeu a chance de abrir dois jogos de vantagem e acabou perdendo o título no jogo sete. A diferença é que o mando de quadra era do Celtics na época, e desta vez o Miami tinha o mando. Assim o Dallas, que jogará as próximas três partida em seus domínios tem a chance de liquidar a fatura, restando ao Miami a esperança de ver suas três estrelas conseguirem se recuperar, sem combinar quem vai brilhar mais, porque sabe que do outro lado tem um alemão que não brinca, pois ele também nunca foi campeão e quer muito aproveitar sua chance, sozinho, com lesão no dedo e tudo que tem direito. (Por Net Esportes Foto: Ronald Martinez/Getty Images)
2 Comentários:
Lebrão amarelou. Deixou Dirk jogar como quis no ultimo quarto.
Tirar os 15 pontos em 6 minutos foi um tapa na orelha do Heat, não sei se conseguem se levantar.
E no fim, ganhou a humildade de privilegiar a defesa.
Viva o Dallas...
@Ron Groo: O Heat até tava jogando bem na defesa, conseguindo vários pontos de turnovers, mas no final eles devem ter pensado que tava tudo resolvido. Sem dúvida o Dallas ta muito mais humilde.
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