No final não houve surpresa
México com zero pontos? seria surpreendente se a equipe não fosse reserva. Venezuela quase ficando em primeiro lugar no grupo? Certamente uma grande surpresa na Copa América, tanto quanto terminar na quarta colocação. O Peru ficou em terceiro, realmente uma surpresa levando em consideração sua campanha nas Eliminatórias para a Copa de 2010. Argentina sendo eliminada nas quartas-de-final, assim como o Brasil, poderia até ser uma grande surpresa se ambas as equipes não tivessem tido o mesmo destino na Copa de 2010. Ver o Paraguai na final é sem dúvida uma surpresa, mas vê-los campeões seria mais do que isso, seria bizarro, principalmente se fosse nos pênaltis, sem vencer nenhum jogo na competição. A Copa América na Argentina teve muitas surpresas, mas ver o Uruguai sendo campeão nem de longe foi surpreendente.O Uruguai, o pequeno país sul-americano com uma população de apenas 3 milhões e 400 mil habitantes. O mesmo Uruguai que se tornou a primeira grande potência do futebol mundial, ganhou as duas primeiras edições da Copa América em 1916 e 1917 (hoje é a equipe que mais venceu a competição da América do Sul). O grande Uruguai que se tornou bi-campeão olímpico em 1924 e 1928, títulos que lhe renderam o carinhoso apelido de Celeste Olímpica. Na primeira Copa do Mundo da história, disputada justamente no solo uruguaio, o maior título de todos os tempos, repetido mais tarde em 1950 contra o Brasil em pleno Maracanã. O Uruguai se manteve forte pelo menos em seu Continente, ganhando a Copa América, mas a última vez foi em 1995, a 16 anos, já estava mais do que na hora de mostrar a velha força, a velha tradição e raça uruguaia.
Ver o Uruguai faturara pela 15ª vez a Copa América de futebol não é surpresa porque a equipe fez por merecer nos últimos anos. A renovação, a união do grupo, as grandes estrelas como Luis Suárez e Diego Forlán sob o comando do maestro Oscar Tabárez já haviam feito por merecer na Copa do Mundo da África do Sul. O quarto lugar conquistado no Mundial de 2010 foi uma prévia do que esse time poderia conseguir mais cedo ou mais tarde, uma grande posição conseguida na maior competição de futebol do planeta, o melhor time sul-americano em uma Copa que chegou até a ser considerada como a Copa dos times sul-americanos, que acabou vendo apenas o Uruguai nas semifinais. Os empates diante de Peru e Chile no começo da campanha na Argentina não abalaram a equipe que sempre respeitou cada adversário. O jogo contra a Argentina renovou as esperanças, o título conquistado de forma invicta coroou o grande trabalho que começou a muito tempo, que começou no início do século passado.
Exemplo para o Brasil, que é pentacampeão mundial, mas que tem apenas oito títulos na Copa América. Exemplo para a Argentina, que tem 14 conquistas na competição sul-americana, mas que não tem hoje um grupo muito unido, não consegue fazer sua estrela Lionel Messi brlhar como brilha a estrela de Forlán no Uruguai, por exemplo. A Celeste Olímpica volta ao cenário mundial do futebol com uma brilhante conquista em Buenos Aires, no Monumental de Núñez, com o árbitro brasileiro Sálvio Spínola quase estragando tudo no começo, mas vendo ao invés disso o melhor jogador da competição, Suárez, resolvendo o problema. Varela, Ghiggia e Francescoli, a história escrita por Juan Carlos Corazzo, o avô, passando por Pablo Forlán, o pai, até o filho, Diego, que marcou duas vezes na decisão e acabou com seu jejum que durava 12 partidas. Acabou também com o jejum de títulos do Uruguai, fez o pequeno país de tão poucos habitantes reviver uma alegria de um passado não muito distante, que trazia apenas saudades, e que não causa nenhuma surpresa, mesmo em uma Copa América de tantas surpresas. (Foto: AFP PHOTO / ANTONIO SCORZA via Getty Images)
4 Comentários:
Os três a zero sobre os até então "invencíveis" paraguaios, na decisão, foram incontestáveis. Uma vitória monumental. Como já tinha sido monumental – e, por que não dizer, épica – a vitória nos pênaltis contra a Argentina, nas quartas de final. Ambos sucessos dignos de uma seleção que tem demonstrado, nos últimos anos, aquele aguerrido desejo de ser novamente protagonista dos torneios que disputa.
@Fábio Flora: Título muito merecido, não seria estranho se fossem campeões na Copa de 2014. O Uruguai merecia voltar ao mapa do futebol.
Torci por eles e no fim deu uma espécie de lógica... Eles foram os melhores sulamericanos na última copa, logo, teriam de ganhar a Copa América pra ter alguma lógica no futebol...
EStá em boas mãos.
@Ron Groo: Sem dúvida Groo, justamente nisso que eu baseie meu texto para dizer que não houve surpresa no final em meio a tantas surpresas desta Copa América. valeu !!! t+
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