Polêmicas dominam Mundial

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Usain Bolt desclassificado no Mundial de Atletismo 2011Não faz tempo que é assim, mas parece, talvez por causa da natação, que não permite mais queimar a largada há um bom tempo, desclassifica de imediato, acaba com um sonho de muitos anos, causando transtorno e muita polêmica. O atletismo resolveu seguir o mesmo caminho apenas no ano passado, muitos nem sabiam ou ainda não tinham percebido, ninguém tinha visto nada além de um novato como Kim Kukyoung ou um veterano como o britânico Dwain Chambers sofrerem com a nova regra. A ex-campeã olímpica dos 400m rasos, Christine Ohuruogu, também queimou a largada e foi desclassificada. Não há mais qualquer chance agora, não há mais espaço para precipitações, porém agora o mundo arregala os olhos porque desclassificaram quem não poderia ter sido desclassificado.

Ouro, ouro, ouro em Pequim 2008; Ouro, ouro, ouro em Berlim 2009. O que esperar do homem mais rápido do planeta em todos os tempos no Mundial de Atletismo de Daegu 2011? Ou nas Olimpíadas de Londres 2012? Não existe roteiro mais certo do que este, nem se o seu compatriota Yohan Blake faz o melhor tempo das semifinais e ele apenas o terceiro perdendo até para Walter Dix, dos Estados Unidos. O jamaicano Usain Bolt é o grande fenômeno do atletismo nos últimos anos e quem sabe até em toda a história, caminha para se tornar uma lenda segundo ele mesmo diz. Olha para um dos lados e faz o sinal de não com a cabeça, olha para o outro e repete o mesmo gesto. O não de verdade viria dos organizadores, da nova regra, de quem o impediu de seguir sua rotina de glórias.

O homem mais rápido do mundo foi mais rápido do que deveria ser. Bolt é tão veloz, tão dominante em seu recorde mundial dos 100m rasos que se não fosse sua obediência técnica e concentração extrema, poderia até largar alguns milésimos de segundos depois dos rivais que mesmo assim tinha totais condições de vencer a prova mais rápida do atletismo. Ele, o destino e a nova regra não quiseram assim; Bolt foi mais rápido que tiro de largada e com um bloco de partida tão moderno não tem quem escape, é impossível não detectar quando alguém queima a largada. Sem advertência, sem uma segunda chance, o melhor velocista da atualidade e talvez até de todos os tempos está eliminado, acabou para ele, começou para quem seria segundo colocado, começou a polêmica, uma das que dominam esse Mundial de atletismo.

“Estão à procura de lágrimas? Isso não vai acontecer.” - disse o jamaicano que procurou evitar ao máximo as palavras após a decepção. A festa continuou na Jamaica, com Yohan Blake, sem brilho, não é como derrotar Asafa Powel e Tyson Gay correndo ao lado deles. No ar fica a certeza de que Usai Bolt ganharia mais uma, ou fica a dúvida se ele iria tão bem, a dúvida se a nova regra é justa ou não, se todos merecem pelo menos uma segunda chance de não queimar a largada. Essa chance virá sem dúvida alguma ainda nesta edição do Mundial de Atletismo, na prova dos 200m rasos, outra especialidade de Bolt que o jamaicano vai querer correr sem sombras de dúvida, para mostrar todo o seu potencial, seu talento, sua capacidade de vencer e de se concentrar também, pois certamente vai fazer de tudo para não queimar a largada novamente. (Foto: EPA)

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