Raios no céu iluminam e o raio na pista brilha
As temperaturas altas em Moscou também atingiam o Kremlin. Vladimir Putin, provavelmente ainda abalado com a morte do seu professor de judô, deveria estar suando tanto quanto Aleksandr Ivanov, que pelo menos tinha motivos para isso porque marchou 20 quilômetros em uma hora e vinte minutos. O forte calor não poderia evitar a inevitável cena típica de um verão rigoroso. A noite vem chegando e o céu aos poucos vai se fechando. As nuvens vão tomando conta dos espaços e não demora muito para todos começarem a ver os raios. Raios que iluminam o céu para recepcionar a chegada de um bom e velho conhecido raio que iria brilhar mais uma vez na pista. Desta vez perto da praça vermelha, no grandioso e lindo estádio Luzhniki.Em Luzhniki ou no estádio olímpico de Londres, eles sempre falam e relembram as mesmas coisas que ficaram no passado. Eles não entenderam o sinal dos dedos na frente dos lábios e se recusam a calarem suas bocas de uma vez por todas. Os críticos insistem em lembrar de Daegu 2011 e muito provavelmente adorariam vê-lo no meio de Tyson Gay e Asafa Powell. "Ele larga mal", "ele vai queimar a largada", "ele não é mais ou mesmo" e também "ele ainda não mostrou esse ano se ainda é capaz aquilo que ele vem fazendo todos os anos desde 2008". A idade está avançando e os números talvez nunca mais cheguem perto de 9s58, mas porque tantas dúvidas dos críticos de plantão e tanta desconfiança do maior velocista de todos os tempos?
Papo furado sobre largada conservadora. O tempo de reação foi exatamente o mesmo de Justin Gatlin. Com o piso molhado e as gotas de água caindo contra os seus rostos eles seguiam em frente. Não havia guarda-chuva invisível aberto durante a apresentação para a largada que pudesse protegê-los naquele momento em que o pensamento era apenas um: vencer novamente. Vencer para calar a boca de novo, vencer para alcançar Carl Lewis, vencer para ser um dia lembrado como um dos maiores de todos os tempos ao lado de Pelé, Maradona, Michael Jordan e Muhammad Ali. E tudo isso com os raios iluminando o céu da capital russa enquanto ele, Usain Bolt, brilhava na pista vencendo mais uma vez os 100 metros rasos como um raio que sempre brilhou e sempre irá brilhar em qualquer lugar.
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