Está diferente, mas continua a mesma coisa

10:33 Net Esportes 2 Comments

Quanto mais ele se distância, menor ele fica, até que finalmente desaparece no horizonte da Terra redonda de Galileu Galilei. Seja em uma pista de corrida ou sobrevoando um céu nebuloso cujo tempo feio deixaria seus destinos ainda mais horríveis e trágicos do que qualquer tristeza que já sentiram em suas vidas. Com as presenças de Najib Razak e Bernie Ecclestone, todos se silenciam durante um minuto em homenagem aos que teoricamente morreram, já que para seus entes mais queridos por enquanto eles apenas desapareceram. Ninguém sabe onde está o avião, ele foi para muito além do horizonte, está muito longe, assim como estão os carros da equipe Mercedes na Fórmula 1.

Rápidos e velozes, eles não dão chances para ninguém. A Red Bull tem asas e parecia voar como os aviões da Malásia. Assim foi durante quatro anos consecutivos, uns mais difíceis que outros. Outros tão fáceis quanto nos tempos de Ferrari e Schumacher. Mas a coisa está diferente em 2014, porém continua do mesmo jeito. Desta vez Adrian Newey ainda não conseguiu fazer sua mágica, e assim as coisas continuam igual com apenas uma diferença: Ao invés da Red Bull, quem domina é a Mercedes. A mesma Mercedes que corria o Campeonato Europeu nos anos de 1930, a mesma Mercedes que estreou na Fórmula 1 nos anos de 1950 e que voltou para dominar tudo como dominou naquela época.

Era o ano de 1935, o modelo do carro era o Mercedes-Benz W25A e a prova era o GP da Bélgica do Campeonato Europeu. O alemão nazista Rudolf Caracciola completou a corrida na primeira posição, enquanto seu companheiro de equipe Luigi Fagioli, do Reino da Itália, ficou em segundo lugar. Primeira corrida da Mercedes na história e primeira dobradinha da história. A primeira de muitas que viriam até 1939, quando na última prova que disputou, mais uma dobradinha se resultou. Eles precisvam estar na Fórmula 1, e lá foram no GP da França de 1954. Dia de estreia e dia de dobradinha, Karl Kling fica em segundo e o primeiro colocado é ninguém menos que Juan Manuel Fangio.

Infelizmente a Mercedes na Fórmula 1 não durou mais do que duas temporadas. Mas isso não impediu que em 1955 eles se despedissem com mais uma dobradinha. No GP da Itália Fangio fica em primeiro mais uma vez e o piloto local Piero Taruffi termina em segundo lugar. A Mercedes diz adeus e só volta para a categoria máxima do automobilismo em 2010, com a dupla Schumacher e Rosberg fazendo dobradinha, mas não em primeiro e segundo e sim em quinto e sexto. Quarto lugar no campeonato, quinto em 2012 e segundo lugar em 2013. Uma equipe acostumada a vencer que apenas sonhava ir mais além, tão longe quanto foi o avião da Malásia, no mesmo topo do planeta que era ocupado pela equipe Red Bull.

As coisas mudaram nesse ano na Fórmula 1 e não foram poucas, mas a situação continua a mesma. Apenas um carro domina e ela não da chances para ninguém. Como foi nos anos de 1930 e no começo dos anos de 1950. A Mercedes domina e a Mercedes faz dobradinha. Lewis Hamilton em primeiro lugar disparado de ponta a ponta. Nico Rosberg na segunda colocação dispara no campeonato que da muitos e pontos e dará ainda mais na última prova. Ricciardo desta vez não aparece para ser desclassificado, mas Sebastian Vettel está lá para pelo menos mostrar que não teve suas asas totalmente cortadas. Para pelo menos manter viva alguma esperança de mudar o cenário igual do mundo diferente, encontrar o seu caminho, assim como todas querem tanto encontrar o avião desaparecido.

2 Comentários:

Ron Groo disse...

Está diferente mas está igual...
Pintaram a Red Bull de prata e o Vettel de preto...

É piada heim

Marcelonso disse...

Pois é, mudaram tanto para permanecer exatamente como estava.

Foi uma corrida enfadonha,e pelo visto será uma tendencia nas duas próximas com pista seca.

Os caras disputam posição nas primeiras duas voltas e depois ficam economizando, motor, gasolina, pneu, e o escabau...

Essa não é a F-1 que gostamos de assistir.


abs