Djokovic se junta a Juan Martín del Potro
Onze anos é muito tempo. Havia uma barba por fazer, o cabelo era diferente, com um pequeno rabo de cavalo, parecia até um pirata. A bola do rival para na rede, ele nem acredita e se ajoelha no chão erguendo em seguida os braços para o céu. Foi em 2003 e Roger Federer vencia pela primeira vez o lendário torneio de Wimbledon. Se Mark Philippoussis, o Duque de Kent ou qualquer outro que estivesse presente naquela quadra central ainda sem o teto retrátil lhe dissesse que onze anos depois ele voltaria a disputar um final por ali, ninguém e nem mesmo o próprio jogador suíço iria realmente acreditar nisso. Talvez ele não fizesse nem ideia que a partir daquele momento se tornaria um dos maiores jogadores de tênis de todos os tempos e muito mais do que isso, que apenas três outros jogadores incluindo um tão grande quanto ele poderia ter a ousadia de lhe parar em uma final de Grand Slam.
O destino assim desejou em na final de Roland Garros de 2009 Federer encarou Robin Söderling na grande decisão. Foi a única vez nos últimos dez anos que Rafael Nadal não esteve na decisão do Aberto da França. Em todas as outras nove vezes ele simplesmente não perdeu para ninguém. E em quatro dessas nove vezes o rival foi Roger Federer. O espanhol ainda encontrou o suíço em outras finais de Grand Slam, saindo também vencedor em duas delas: A decisão épica de Wimbledon 2008 e o Aberto da Austrália de 2009. Federer venceu Nadal em duas finais de Grand Slam, ambas em Wimbledon, e só perdia final de Grand Slam para o espanhol. Pelo menos até a final do US Open de 2009, quando acabou sendo surpreendido pelo argentino Juan Martín del Potro.
Potro conseguiu um feito extraordinário. Ele se tornou o único jogador da história além de Rafael Nadal a conseguir vencer Roger Federer em um final de Grand Slam. Algo tão significativo que nem mesmo Andy Murray conseguiu fazer até hoje. Mas neste seleto grupo ainda faltava um outro jogador que é considerado como muito melhor que Murray e que até figura nas listas dos melhores da atualidade ao lado do próprio Federer e de Rafael Nadal. Ele é irreverente e muito obstinado. Já havia vencido torneios de Grand Slam seis vezes em sua carreira e já havia estado cara a cara com o suíço na final do US Open de 2007. Novak Djokovic sentiu a força do rival naquela época e quem diria, em 2014, onze anos depois de sua primeira conquista, quase o viu renascer das cinzas como jamais alguém, e nem ele mesmo, poderia ter imaginado que pudesse mesmo acontecer.
Com 32 anos de idade nas costas. A certeza de que tudo que fez já é suficientemente grandioso. Sua esposa com suas duas filhas estão lá para lhe aplaudirem e derem apoio, seja na vitória ou na derrota. Ele voltou para a final, a final de um torneio de Grand Slam onde não esteve no ano passado. Em Wimbeldon é ainda mais especial, é sua casa. Foi ali que tudo começou onze anos atrás. A vitória no primeiro set e a reação espetacular para voltar para o jogo no quarto set foram simplesmente espetaculares e já valeram à pena. Uma pena mesmo é não estar jogando contra um Andy Roddick, um Marcos Baghdatis, um Marat Safin ou o Philippoussis de 2003. Uma pena mesmo é que do outro lado da rede estava um gigante como Nadal que se juntou a Juan Martín del Potro. São eles os três poucos que conseguem superar Roger Federer em uma final de Grand Slam.
1 Comentários:
Djoko continua sendo um calo no pé dos grandes Federer e Nadal.
De qualquer forma acho que está na hora de aparecer outra força no circuito, já que Murray não se firma.
Luiz Paulo Knop
www.resenhaesportiva.com
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