Campeão após 23 de anos de espera
A última vez fazia tanto tempo que a União Soviética ainda existia. O então presidente Fernando Collor de Mello ainda não havia sofrido Impeachment e a moeda corrente no Brasil era o cruzeiro. A RedeTV! ainda era a hoje extinta TV Manchete, a Coca-Cola mandava no futebol brasileiro sendo patrocinadora de 15 dos 20 clubes da série A na época e o jogo Street Fighter fazia o maior sucesso com Ryu e Ken. "Hadouken"! foi em 1991 e foi na Fórmula 3 inglesa. A última vez que Rubens Barrichello havia conquistado um título em sua até então prestigiada e promissora carreira.
Rubinho, como ficara conhecido, era imbatível no Kart e conquistou cinco títulos nacionais. Ele faturou também, antes da Fórmula 3, o título da Fórmula Opel. Barrichello não dava chances, no início de sua carreira, para pilotos como David Coulthard, e assim chegou com prestígio e confiança na Fórmula 1. Mal sabia ele, no entanto, que estava dando adeus à conquistas por longos e intermináveis 23 anos que viriam pela frente. Não adiantou nada ser o recordistas de GP´s disputados e ter ido para a Fórmula Indy. Rubinho só voltou a ser campeão quando entrou para a acolhedora e salvadora da pátria Stock Car Brasil.
Os anos de fracasso ao longo da carreira, aliados à intensa necessidade dos brasileiros e da Rede Globo de verem um novo ídolo após a morte de Ayrton Senna, levaram Rubens Barrichello à viver em um mundo de cobrança e chacotas durante seu período de Fórmula 1. Rubinho era peão de tabuleiro quando teve a chance com um bom carro na Ferrari, vivia à sombra de Schumacher e se lamenta até hoje por ter seguido as regras à risca. Mal sabia ele, porém, que a maior chance de todas viria em 2009, na Brawn, quando tinha um carro totalmente acima dos demais e quando teve de ver Jenson Button (um tipo de Barrichello inglês) ficar com o troféu de campeão que tanto sonhava levantar.
"Rubinho correu sozinho e chegou em segundo". Pobre Rubinho, seu maior defeito não é ser um piloto mediano e sim torcer para o time que torce (mesmo defeito que tinha Senna!). Brincadeiras daqui e sarros dali, a força para seguir vem da família e fãs admiradores de seu carisma inegável. Como comentarista na tal Rede Globo vai mal pelo lado desajeitado e bem, por outro lado, por conhecer a maioria dos entrevistados e falar bem em inglês. Não adianta, acaba demitido porque ninguém consegue conviver com Galvão Bueno e ninguém consegue seguir as regras dessa emissora ditadora. Deixa quem quiser falar Red Bull falar, parem de abreviar para RBR.
Em 1991 o Michael Jordan estava apenas começando a sua carreira no basquete da NBA. O Rogério Ceni era reserva do reserva de Zetti e também estava apenas começando a sua trajetória que ainda nem acabou. Aos 41 anos o goleiro do São Paulo renovou e aos 42 anos enfim Rubinho o grito de campeão soltou. O campeonato é uma porcaria, quem liga para a Stock Car Brasil? ... No Mundo? Mas a essa altura da vida, com 42 anos de idade, com apoio da família, dos amigos e cheio de dinheiro no bolso, ta valendo. A vida inteira sofrendo com tirações de sarro, que provavelmente não irão acabar, mas talvez diminuam. Porque acreditem todos ou não, o Rubinho é campeão.
2 Comentários:
Sou um notório anti 1B, mas sou forçado a reconhecer que foi merecido.
Ele teve um ano espetacular e guiou como nunca.
E para a categoria também é bom ter um campeão da envergadura dele.
Quem sabe não chame a atenção de mais gente para fortalecer a Stock?
@Groo: Pode ser Groo, mas só sei que se não fosse a Rede Globo seria bem pior !!
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