Mais improvável impossível
Por mais que se veja e reveja as cenas gravadas no estádio Wembley em 30 de julho de 1966, é até exagerado querer crucificar o árbitro suiço Gottfried Dienst por aquele gol inglês onde a bola teria tocado no travessão e depois em cima da linha. Mas ao mesmo que tempo que 44 anos depois, novamente em uma Copa do Mundo, qualquer um pudesse imaginar que no mesmo duelo entre Inglaterra e Alemanha, o mesmo lance iria se repetir. Algo que era tão impossível quanto ver o árbitro se equivocar novamente. Não se trata apenas de tecnologia, se trata de bom senso, se trata de século 21 e de tantos e tantos recursos que muitos outros esportes já usam, as diferença entre 2010 e 1966 são inúmeras, incluindo até o fato que desta vez a bola entrou e o gol não foi confirmado.Se diante daquelas 98 mil pessoas que viram a final da Copa de 1966 o gol de Geoff Hurst fosse anulado, a Inglaterra poderia ter tido outro destino ou não além de levar o seu único título mundial, impossível determinar. Assim como não da para saber também se caso o gol de Frank Lampard no estádio Free State, em Bloemfontein, onde a bola bate no travessão, entra 33cm e depois volta a bater no travessão novamente a aí sim na linha do gol, mudaria a história do jogo de oitavas-de-final contra a Alemanha ou não. Naquela altura do final do primeiro tempo a partida ficaria empatada em 2 a 2, as dúvidas sobre o destino inglês no segundo tempo são inúmeras. Müller faria dois gols? E Martin Peters, ampliaria o resultado na decisão de 1966?
O certo é que na segunda etapa a Inglaterra veio para cima desordenada, e a Alemanha aproveitou para aplicar a sua maior goleada em toda a história jogando contra a Inglaterra. Além de dar o troco naquela derrota sofrida na única final da Copa em que os ingleses conseguiram faturar seu único título até hoje. E mesmo que não fosse pelo erro grotesco de Jorge Larrionda e do de auxiliar Mauricio Espinosa, não é muito difícil imaginar que a Alemanha levaria vantagem de todas as formas, pois a equipe está jogando de forma consistente e bem postada taticamente. Os jovens Özil e Müller tem feito grande diferença e com duas goleadas o time já passa a sonhar com a grande decisão.Hoje chora a Inglaterra como chorou a Alemanha em 1966, a equipe dirigida pelo técnico italiano pode se lamentar o resto da vida pelo gol mal anulado mas tem que reconhecer também sua péssima atuação na África do Sul. Onde pode incluir na lista dos lamentos a ausência de David Beckham, as lesões de Wayne Rooney que talvez tenha sido primordiais para o seu desempenho muito abaixo do esperado, o sistema defensivo que afundou completamente na partida de hoje, a falta de um goleiro competente e tantas e tantas outras coisas, como a bola que não entrou em 1966 e que foi entrar só agora em 2010, mas que ironicamente deu glórias na marcação equivocada de antigamente e tristeza em um novo erro de arbitragem que só mostra o lado ridículo do conservadorismo lamentável da FIFA, até quando ficaremos nas mãos da subjetividade dos juízes? (Fotos: Kai Pfaffenbach/Reuetrs e Eddie Keogh/Reuters via PicApp)
1 Comentários:
Como diria Tiago Leifert da Globo, agora só falta a Argentina ser eliminada por um gol de mão ahahahahah!!
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