A velha Ferrari está de volta
Os cavalinhos rampantes, o vermelho fogo de uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1, a Ferrari, a velha Ferrari de tantas glórias e aquela velha Ferrari de tantas polêmicas. Eles foram os melhores nos testes da pré-temporada mas acabaram sendo superados pela Red Bull quando o campeonato começou efetivamente, algo como a conquista da pole-position por Vettel contra Alonso na GP de Alemanha. O problema é que o alemão é afobado e faz uma péssima largada, deixando o espanhol passar à sua frente, se tornando o segundo colocado da corrida. Já que la na frente quem aparece é Felipe Massa, liderando uma prova pela primeira vez no ano, pronto para faturar uma vitória que não vem desde 2008, completando um ano de seu acidente na Turquia e querendo mais do que tudo voltar ao topo do pódio para homenagear seu tio que morreu nesta semana vítima de câncer. Só que ele é um piloto da Ferrari.Em 1991, no Grande Prêmio do Japão, Ayrton Senna lutava contra Nigel Mansell pelo título daquela temporada na Fórmula 1. O inglês acabou saindo da corrida e o brasileiro liderava para além de levar título vencer aquela prova, mas antes de cruzar a linha de chegada Senna freou e deixou o seu companheiro de equipe na época, Gerhard Berger, ultrapassá-lo e conquistar uma das dez vitórias que teve em toda a sua carreira. Tenha sido por uma ordem da equipe ou não a atitude de Ayrton nesse caso foi vista pelo mundo como algo generoso, afinal ele já tinha assegurado o título de campeão e podia abrir mão de mais uma vitória em consideração ao outro piloto do seu time. O jogo de equipes hoje em dia na categoria máxima do automobilismo é proibido, mas pode-se considerar alguns casos em que ele é válido.
Não por causa da McLaren ou do Senna no Japão de 1991 mas sim pela Ferrari do lamentável GP da Áustria de 2002. Na ocasião em que Rubens Barrichello freou deliberadamente para que Michael Schumacher fosse o vencedor daquela corrida e que acabou o ferindo o esporte de uma forma que machuca o torcedor. A equipe dos cavalinhos rampantes era absurdamente superior a qualquer rival no início deste século e privar um piloto de vencer uma corrida supondo que isso prejudicará o campeonato do outro piloto mais bem colocado na tabela é extremamente triste e lamentável. Por isso a FIA proibiu o jogo de equipes que só aconteceu de forma discreta desde então, como no GP Brasil de 2007 quando Felipe Massa deixou de vencer em benefício de Kimi Räikkönen. Neste caso não se pode contestar esse tal jogo de equipes pois valia a conquista do título na última corrida do ano.O grande problema é quando o jogo de equipes acontece pouco depois da metade da temporada. Para que um piloto que está instável no campeonato com um 13º e um 14º lugar pule para a quinta posição na tabela. Uma ordem de equipe feita de forma velada, através de uma sugestão que o funcionário de uma forma profissional acata e ainda diz que tomou sozinho a decisão de deixar o companheiro passar. Felipe Massa que nas disputas com Fernando Alonso já se mostrou muito passivo fica do lado dos seus comandantes, repete a história do seu compatriota Barrichello e qual seria o piloto que colocaria em risco seu trabalho e talvez até seu futuro não obedecendo uma ordem dos seus patrões? Uma rebeldia poderia atrair mais fãs mas poderia interromper o recebimento do seu salário. O jogo de equipes é proibido mas justo quando feito no momento certo. A troca de posições por uma vitória em uma corrida qualquer é que é errada e prejudica demais a disputa esportiva. Uma disputa justa e limpa como ocorre de maneira simples entre Hamilton e Button e de uma maneira até exagerada e sem controle como Vettel e Webber. (Fotos: ZumaPress via PicApp)
2 Comentários:
são por atitudes assim que não considero a fórmula 1 como esporte. um esporte onde a máquina é mais importante do que o ser humano já é de se estranhar, o pior são as maracutais para se vencer. realmente é um circo.
É complicado trabalhar na Ferrari, todos, inclusive o Felipe, tem culpa nessa história. Hoje em dia não dá pra deixar a esportividade em segundo plano, qual exemplo que eles querem passar?
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