A amarela para não tirar mais
Dois anos fora do percurso. Desta vez foram 'apenas' 109 Km e não os intermináveis 220 Km de 1999 ou os 227 Km de 1988. No dia anterior a etapa rainha dessa edição, no final a vitória de Pierre Rolland, nada especial como o triunfo de Lance Armstrong em 2001 ou o de Marco Pantani em 1997 e muito menos a chegada épica de 1986, com Bernard Hinault e Greg LeMond chegando lado a lado e se cumprimentando na linha de chegada. De fato os detalhes não importam muito, o público enfurecido que simplesmente se amontoa pela sinuosa estrada que se eleva por mais de 13,8 Km até o Alpe d'Huez continua lá, gritando, se emocionando, incentivando os ciclistas do Tour de France em um verdadeiro corredor polonês, que na verdade é um corredor humano francês.Seria realmente mais interessante se fosse como em 2008, quando Carlos Sastre venceu na montanha mais famosa da maior volta ciclísitca do mundo e assumiu a tão desejada camisa amarela. Talvez fosse exigir muito de Andy Schleck, o luxemburguês já havia feito o seu trabalho no dia anterior, e que trabalho, suficiente para que seu objetivo fosse alcançado no topo de Huez. Mas mesmo que as coisas não aconteçam como todos gostariam, o certo é que um repórter do jornal L'Equipe, Jean-Paul Vespini, tinha razão quando escreveu em seu livro sobre a mais famosa das montanhas dos Alpes que "A Volta é ganha no Alpe d'Huez, o palco das batalhas clássicas do Tour de France". Quem assume a amarela ou quem vence no famoso cume normalmente acaba campeão em Paris, e só isso que deseja Andy Schleck.
Impressiona muito ver o que ainda pode fazer o espanhol Alberto Contador. Tirar quase cinco minutos de desvantagem, ainda mais no Alpe d'Huez, é uma tarefa simplesmente impossível mesmo para o tricampeão, porém vendo o seu ataque fulminante no início da subida certamente fez gerar uma dúvida sobre sua real condição física. Pierre Rolland, para manter um pouco de alegria ao povo local que viu seu valente representante Thomas Voeckler perder a liderança, e o incansável Samuel Sánchez fizeram as coisas voltarem ao normal. E assim em menos de um minuto surgiram no alto da montanha os irmãos Schleck, com o mais novo dos dois finalmente conseguindo o que queria tanto desde o ano passado. Com eles ainda Cadel Evans, acelerando ao máximo, mas fazendo o que tem que fazer sempre na hora errada.
Levando em consideração a etapa de contra-relógio de 2010, fica difícil saber o que Frank Schleck pode conseguir porque ele não competiu naquela ocasião. A diferença entre Alberto Contador e Andy Schleck não foi muito grande, por isso com quase quatro minutos o espanhol está realmente fora da briga. Talvez Cadel Evans pudesse acabar com sua sina de ficar sempre no quase, mas ele deveria pensar nisso bem antes, nos Alpes, no Alpe d'Huez, como fez Contador, como havia feito Andy Schleck um dia antes. O luxemburgês que foi camisa branca em 2008, 2009 e 2010, e ainda camisa branca do Giro d'Italia de 2007. Andy Schleck, vencedor de três etapas do Tour de France, o ciclista que teve a camisa amarela entre a 10ª e 15ª etapa do ano passado e que finalmente a coloca novamente nesse ano, somente na 19ª etapa, no antepenúltimo dia, definitivamente para não tirá-la mais até Paris. (Foto: AFP PHOTO / JOEL SAGET via Getty Images)
1 Comentários:
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