Disputa saudável e sem graça

08:48 Net Esportes 2 Comments

Disputa de medalhas de ouro do Brasil Thiago Pereira Hugo HoyamaLily Zhang, Erica Wu ou ainda Annie Chandler e Arthur Frayler, nem nos Estados Unidos onde nasceram esses atletas são conhecidos. Isso pouco importa para eles, que vão ao México e ganham medalhas, a maioria dourada. Não significa que os americanos estão pouco ligando para os Jogos Pan Americanos, mas eles são tão bons que se dão ao luxo de mandarem atletas que não vão muito bem em Olimpíadas ou jovens que estão começando e precisando pegar experiência. O pior é que isso não significa risco, a prova é o quadro de medalhas que mostra o país na primeira colocação com 63 medalhas, sendo 24 de ouro. Você não irá ouvir falar de Michael Phelps, mas verá lá em Guadalajara o César Cielo, cada nação faz as coisas do jeito que acha melhor.

O Brasil, que não tem muito sucesso em Olimpíadas, aproveita a sua chance na maior competição esportiva das Américas. Rumo ao México vai o que temos de melhor, vai Cielo, vai o Thiago Pereira e vai também o veterano highlander Hugo Hoyama, que só para se lhe cortarem a cabeça. E eles não vão a passeio, mesmo que apareça um desconhecido Sean Mahoney, ou um Clark Burckle de quem ninguém nunca ouviu falar para estragarem um pouco a festa e alegria brazuca de Guadalajara. O objetivo é colecionar medalhas, de preferência medalhas de ouro, fazendo como fez em outra época o inesquecível nadadador Gustavo Borges, mesmo porque a natação oferece essas oportunidade, fez a fama de Mark Spitz, fez o nome de Michael Phelps.

Havana 1991, Mar del Plata 1995, Winnipeg 1999 e uma sobrevida em Santo Domingo 2003. Gustavo Borges tem ainda seis pratas e três bronzes, sendo que metade dos triunfos aconteceram em revezamentos. Ele não é um Phelps, está mais para um obstinado Hoyama, mas Thiago Pereira é quase um, pelo menos segue a idéia do americano de nadar muitas provas em uma mesma edição dos jogos. Uma prata e um bronze conquistados em Santo Domingo já mostravam que ele tinha potencial, nada nas Olimpíadas e apenas um trinfo mundial em piscina curta mostravam que ele não tinha tanto potencial assim, então o jeito era viver a vida que restou. Hugo Hoyama estava em Indianápolis 1987, passou Borges pela insistência, agora pode ser superado por Pereira pela abrangência.

Gustavo Borges precisou de quatro Jogos Pan Americanos para chegar a oito medalhas de ouro. Hugo Hoyama está em seu sétimo Jogos Pan Americanos e chegou ao seu 10º ouro, isso porque em Winnipeg 1999 ele só levou um bronze. Já Thiago Pereira está apenas no seu terceiro Pan e com nove ouros tem tudo para superar os dois e ser o maior medalhista de ouros do Brasil na história dos Jogos. Essa é aquela disputa que todos gostam de entitular como saudável, boa para o Brasil, mas no fundo é bem sem graça, deixa o atleta sem graça quando ele é obrigado a falar sobre o assunto nas entrevistas forçadas ao canal de TV aberta que transmite os Jogos de 2011 com exclusividade. Hoyama só pode ganhar três ou quatro ouros em uma mesma edição dos Jogos, já fez muito aos 42 anos de idade, Pereira pode levar até oito ouros no mesmo ano, levou seis só no Rio 2007. Sem falar que competem contra americanos desconhecidos, às vezes até perdendo para eles. Não é questão de ser ruim, mas seria maravilhosos se essa disputa saudável fosse nas Olimpíadas, aí sim teria muita graça. (Foto: Reuters)

2 Comentários:

Patryck Leal disse...

Isto é uma coisa que eu não gosto muito no Pan!

http://fcgols.blogspot.com/

Patrick Araújo disse...

Eu naum sei se o nível de qualidade dos atletas que competiam no Pan já foi melhor, lembro que antigamente era uma briga entre USA e o Canadá e o Brasil lá atrás depois de Cuba...

Pode ser também que o Brasil teve uma considerada evolução e os outros países tenham caído um pouco. Mas como vc falou que a maioria das grandes estrelas internacionais naum participam fica dificil de ter uma analise melhor do melhor desempenho ou naum...

Eh complicado...