Joe Frazier morre aos 67 anos

09:06 Net Esportes 3 Comments

Joe Frazier Luta do SéculoEle foi justamente incluído no Hall da Fama do boxe e inegavelmente é um dos dez maiores pugilistas dos pesos pesados em todos os tempos. Joe Frazier foi comparado a Henry Armstrong e Rocky Marciano, porém ele queria ser na verdade um novo Joe Louis, campeão nos anos de 1930 e 1940. A história das glórias começou nas Olimpíadas do Japão em 1964, medalha de ouro, o início de uma nova era que acabaria com o título mundial em março de 1968 no Madison Square Garden, quando superou Buster Mathis por nocaute após onze rounds. Depois veio Manuel Ramos, o argentino Oscar Bonavena, Dave Zyglewicz e alguns outros, porém faltava um rival à sua altura, faltava derrubar alguém que era realmente bom.

Rocky Marciano precisou lutar 38 vezes para enfrentar um oponente com uma história mais rica, foi justamente a última luta de Joe Louis, em Nova York, e nem valeu título mundial. O esporte, e o boxe talvez até mais do que qualquer outra modalidade, precisa desses encontros, dessas rivalidades, destes duelos que se tornam épicos e naturalmente recebem o nome de "Luta do Século". Esse termo passou a ser usado inúmeras vezes ao longo dos últimos anos, mas é possível ter certeza de quando foi a primeira vez. Aconteceu no dia 8 de março de 1971, o palco não poderia ser outro se não o lendário Madison Square Garden, em Nova York, e os lutadores em cima do ringue também não, justamente Joe Frazier encarando Muhammad Ali.

Um grande efetivo da polícia foi chamado para conter a multidão que tomava conta da Fashion Avenue e do encontro da Oitava Avenida com a Rua 34. Do outro lado do país, em Los Angeles, havia quebra-quebra em alguns locais onde foi anunciado que a luta não seria transmitida pelo circuito fechado de TV. A culpa de tanta euforia não foi da mídia ou da forma como todos estavam tratando esse acontecimento, a culpa na verdade não é de ninguém, pois esse sentimento é provocado pelo esporte de forma natural, por esses atletas que se tornam heróis nacionais, que cultivam uma rivalidade cujo objetivo é apenas um: Vencer e ser o melhor, entrar para a história, cravar o seu nome eternamente na história esportiva, na belíssima história das lutas de boxe.

De um lado Muhammad Ali, também campeão olímpico como Frazier, foi em Roma 1960. Convertido ao Islã, mudou seu nome, se recusou a servir o exército americano na guerra e teve seu direito de lutar caçado por mais de três anos. Do outro lado estava Joe Frazier, dizendo que só não serviu o exército porque era pai, afirmando que defenderia seu país em qualquer situação. O homem calado e mais rústico, justamente o oposto de Ali que não parava de falar e estava sempre de cabeça erguida, ia além, se referindo ao adversário sempre pelo seu nome de batismo, Cassius Clay, em mais uma tentativa de provocar a ira do rival. Todos os ingredientes de uma luta de boxe estavam prontos, só faltava subirem no ringue.

O que seria de Joe Frazier se não fosse Ali? Nem pelo retorno frustrante em 1981 onde obteve o único empate na carreira. Mais pelas duas derrotas fulminantes diante de George Foreman, a primeira delas um nocaute em apenas dois rounds. Para Muhammad Ali foram duas derrotas também, totalizando as quatro do seu cartel, só que contra Ali foram três lutas, e a priemira delas ficou conhecida como a "Luta do Século". Frazier, também conhecido por 'Smokin Joe' (um apelido dado por seu treinador que pedia para suas luvas fumegarem), subiu no ringue com 26 vitórias, zero derrotas e 23 nocautes. Ali tinha 31 vitórias, zero derrotas e 25 nocautes. Dois campeões Olímpicos e invictos frente a frente, não tinha como não ser a "Luta do Século".

Ambos foram parar no hospital após a luta, onde ficaram por vários dias. Não foi uma luta, foi uma verdadeira guerra, a guerra que Ali não queria ir, a guerra que Frazier estava pronto para encarar se não fosse pai. Intermináveis quinze rounds, vitória por pontos para Joe Frazier. Ali teve sua revanche anos mais tarde, no segundo encontro, e ainda venceria o terceiro, conhecido como Thrilla in Manila, tão grandioso e épico quanto o primeiro duelo. Mas para Frazier o que importa é a sua vitória contra Ali em 8 de março de 1971, quando se tornou o primeiro lutador a derrubar o gigante indestrutível Muhammad Ali, um dos maiores de todos os tempos. Naquela época Frazier jamais imaginou que após um glória tão grande, após um vitória tão expressiva diante de alguém tão forte, ele seria vencido por um rival maligno, o cancêr, que lhe tirou a vida neste segunda-feira, 7 de novembro de 2011, aos 67 anos de idade. (Foto: Arquivo)

3 Comentários:

Patrick disse...

O dia da morte é melhor que o dia do nascimento. (Eclesiastes, 7:1)

Patryck Leal disse...

A doença (como câncer0 é pior que o inimigo mais forte no boxe!
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Ron Groo disse...

Eu nunca fui fã de boxe, mas sinceramente fiquei triste com a ida de Frasier...

Tenho um carinho por ele, por Foreman, embora quase não os tenha visto lutar.