E depois de 50 anos na NBA ...
A atual temporada da NBA começou com atraso, ficou com poucas datas para poucos jogos e tornou tudo mais complicado, mais desgastante e diferente tanto para os jogadores como para os torcedores. O Miami Heat teve um início implacável, chegou a ganhar um jogo sem duas das suas três estrelas em quadra, mas depois disso perdeu o ritimo. Não que os vice-campeões foram de favoritos para carta fora do baralho, mas a verdade é que o LeBon James ainda não deu nenhum show. Enquanto isso o Kobe Bryant acordou fazendo mais de 40 pontos em dois jogos seguidos. O Chicago Bulls e o Oklahoma City Thunder estão abrindo vantagem e na noite de ontem um gigante também resolveu acordar e mostrar do que ele ainda é capaz.Será que foi o Kevin Garnett? Ele ainda mantém o Boston Celtics na linha, chegando nos playoffs e tentando fazer a diferença no peso da camisa, mas não foi ele não. Quem sabe o Tim Duncan? Afinal o San Antonio Spurs lidera a sua Conferência no Oeste, mas não. Então sobrou o Dirk Nowitzki, que fez o atual campeão acordar, não é? Não, o Dallas melhorou bem, só que ainda está atrás do Spurs e alguns outros no Oeste. O gigante a quem me refiro é literalmente um cara grandão, de um time não tão grande quanto ele, pelo menos não em história, mas que nos últimos anos sempre esteve entre os grandes, o lugar onde quer sempre estar. Estou falando de Dwight Howard, do Orlando Magic, que apareceu do jeito que um grande jogador tem que aparecer uma vez ou outra.
Deve ser mania em Orlando ter um super pivô para liderar o time. Foi assim na época do Shaquille O'Neal, onde quase foram campeões em 1995. E é assim atualmente na era do Dwight Howard, onde o objetivo máximo quase veio em 2009. As coisas vão melhorando a cada ano para a franquia criada recentemente em 1989, mas na NBA não basta chegar, tem que chegar e vencer. Na NBA um grupo muito seleto de times consegue vencer o título, e as chances do Oklahoma City Thunder, por exemplo, chegar à final desse ano e perder são tão grandes quanto as chances de chgarem à final. Isso não quer dizer que acabou para o Howard, a prova disso é o Dallas Mavericks campeão no ano passado ou o Miami de 2006, mas não ter aproveitado as chances de 1995 e 2009 pesam e pesam muito.
Hoje em dia não seria imposível passar pelo Boston Celtics durante os playoffs no Leste, mas as dificuldades seriam o dobro contra Miami Heat e Chicago Bulls. Tão difíceis quanto eram passar pelo Magic em 2008 e principalmente 2009. As coisas mudam de figura com o tempo, podem voltar a serem o que eram como no caso do Dallas no ano passado, porém na maioria das vezes só resta a qualidade irrestrita da sua maior estrela, nesse caso Dwight Howard. O pivô do Magic não precisa mais provar o seu talento, para ele só falta o anel de campeão como falta para tantos outros jogadores como LeBron James, ou como faltava para Dirk Nowitzki e Jason Kidd. Então marcar 45 pontos em um jogo e ainda pegar 23 rebotes não significam nada, o que significa mais é tentar 39 lances livres na mesma partida.
O bom de ter feito 45 pontos no jogo é mostrar a todos que você ainda está vivo. O Kobe Bryant já fez isso nesta temporada, outros jogadores tem feito mais de 30 pontos alguns jogos seguidos, isso vai contar quando chegarem os playoffs. Além é claro de ajudar a vencer o jogo, pular para segundo na Conferência, empatado com o Miami Heat, quem disse que o Miami era o favorito? Foi eu mesmo que disse, mas apesar dos playoffs serem um outro mundo, não sei mais se o Miami passa pelo Bulls. O Orlando certamente não quer deixá-los passar, por isso tem Hedo Turkoglu jogando muita bola, por isso tem Dwight Howard marcando 45 pontos e por isso adoram chamar um pouco mais de atenção quando seu grande jogador quebra um recorde que durava 50 anos na NBA.
Os números e as estatíscas talvez não sirvam para muitas coisas, mas nos esportes eles estão em todas as partes, precisos e históricos são disparados uma forma de manter a memória viva e o nome dos jogadores eternizados para sempre. E um nome que o basquete da NBA jamais irá esquecer é o de Wilt Chamberlain, sem pensar muito foi aquele jogador que marcou 100 pontos em um mesmo jogo. Se fosse 101, 102 ou 98 não teria sido tão emblemático. Chamberlain é dono de inúmeras marcas da NBA, que acreditem ou não são inúmeras, talvez 200 ou 300 estatísticas diferentes. E uma dessas marcas do inesquedível jogador era referente a lances livres, uma de suas especialidades. Ninguém jamais havia tentado tantos lances livres no mesmo jogo, pelo menos até o dia em que Dwight Howard simplesmente reescreveu essa história.
Sobre lances livres são oito estatísticas diferentes. Michael Jordan, por exemplo, está em duas, acertos em um tempo e tentativa em um tempo: 20 e 23 respectivamente em um jogo contra o Miami Heat de 1992. Wilt Chamberlain acertou 28 em um jogo inteiro e está empatado com Adrian Dantley, que jogava no Utah Jazz. Até a noite de ontem, Chamberlain tinha também o recorde de tentativas no mesmo jogo, onde havia conseguido 34 no dia 22 de fevereiro de 1962 quando seu time enfrentou o St. Louis Hawks. A marca durou praticamente 50 anos, caindo na temporada menor por causa da greve, sendo o novo recorde estabelecido por Dwight Howard que conseguiu ofuscar á sua própria marca de 45 pontos depois de tentar nada a menos que 39 lances livres durante todo o jogo.
Com 39 lances livres em um mesmo jogo Dwight Howard crava o seu nome na história da NBA e nas 1001 estatísticas da liga. Mas como ele não superou os 28 lances livres convertidos de Wilt Chamberlain também? Como Jordan acertando 20 pontos em um só tempo também não superou essa marca de 28? É fácil explicar no caso de Howard que acabou acertando 21 lances livres: Ele não é um especialista em lances livres como Steve Nash, por exemplo. Assim é a vida do Orlando Magic, que viveu o mesmo problema quando tinha Shaq e seus 1001 lances livres desperdiçados. Isso não quer dizer que o Magic nunca foi campeão porque não acerta seus lances livres, afinal Howard fez 45 pontos e seu time venceu o jogo. O problema do Magic para ser campeão então é outro, que eles mesmos sonham em descobrir, para não dependerem dos recordes de 50 anos quando precisarem aparecer um pouquinho e dizerem que ainda existem. (Foto: AP Photo)
2 Comentários:
Ele bateu uma porrada de lances livres e nem é muito bom fazendo isto.
Fábio Sormani diz que o DH é um jogador sem personalidade.
Eu o queria no Bulls. Com ou sem...
@Ron Groo: Vai ver ninguém tem medo de fazer falta nele imaginando que ele vai errar o lance livre mesmo !!!!
Depois do David Stern vetar a ida do Chris Paul para o Lakers, não sei mais nada .... mas se ele fosse para o Bulls o título tava praticamente certo por lá .....
Postar um comentário