Derrotada no momento mais importante
Esse sim era um velho sonho de quando ainda era apenas uma criança. Desde os nove anos, quando começou a treinar na academia do Nick Bollettieri. O templo sagrado de alguns iniciantes no tênis que já viu passar por ali nomes como Andre Agassi, Björn Borg, Jim Courier, Pete Sampras, Jennifer Capriati, Martina Hingis, Mary Pierce, Monica Seles, as irmãs Williams e a meninha sonhadora que olhava muitos destes como ídolos e queria apenas ser como eles, a russa Maria Sharapova. Não foi fácil para seu pai manter a família nos Estados Unidos até conseguir matriculá-la na escola de tênis. Vencer nas redondezas, no Masters de Miami, seria talvez como agradecer pelos esforços do papai. Pelo menos na mente ainda restrita de uma garotinha de nove anos. Mas não foi possível, ainda, mesmo já estando com 24 anos e muitos outros títulos mais importantes na bagagem.Certamente o pai de Sharapova, e claro todo o mundo, já sabem que seu empenho em querer ver a filha se tornar uma grande jogadora de tênis (classificada inclusive entre os 100 melhores jogadores da história entre masculino e feminino) deram muito resultado. Mas quem não gosta de vencer em casa? Não se trata de Nyagan, ou até mesmo Sochi, o lar provisório após a fugir do acidente nuclear de Chernobyl em 1986. A Rússia ficou para trás, agora Maria Sharapova mora na Flórida, nos Estados Unidos. Sua residência fica na pequenina cidade de Bradenton, que tem pouco mais de 54 mil habitantes. Miami é logo ali, e quase todos os anos ela vai até lá, para jogar tênis, para jogar mais um Masters 1000 e não fazer feio. É um sonho de criança ser campeã ali, e passou perto três vezes: 2005, 2006 e agora em 2012, sempre sendo derrotada no momento mais importante.
Não da para dizer que Maria Sharapova teve uma semana incrível, arrasou qualquer rival e sucumbiu na hora decisiva. O tênis feminino há tempos não tem uma grande jogadora que domina o circuito, ou algumas como em certos casos. Victoria Azarenka atualmente começou a fazer isso, mas em Miami caiu diante da francesa Marion Bartoli e o mundo não pôde rever o duelo das musas na decisão como fora em Indian Wells. E sendo assim uma ou outra jogadora, como a própria Bartoli, surge até do nada para surpreender. Ou então uma jogadora como Maria Sharapova, atual número dois do mundo, reafirma como seu pai tinha razão em fazê-la jogar tênis e vai avançando nos torneios aos trancos e barrancos. Como na semifinal onde tinha uma vantagem incrível contra Caroline Wozniacki no primeiro set e conseguiu perdê-lo, virando o jogo em seguida para manter as esperanças, sem deixar de lado, no entanto, os problemas da decisão que lhe incomodam desde junho de 2010.
É bem normal perder na final de um torneio. Sharapova sabe bem disso, perdeu várias vezes na decisão incluindo três finais de Grand Slam, uma delas nesse ano. Triste, sofrido, doloroso demais. Uma semana incrível cheia de bons momentos, como a vibração contagiante após o ponto que a colocava na decisão dos Masters de Miami 2012, e depois disso uma derrota frustante. Esse filme já havia passado outra vez contra Kim Clijsters e contra Svetlana Kuznetsova. Derrotas em dois sets, derrotas normais em decisões, em uma época onde ela vencia em Los Angeles, em Doha e até em Indian Weels, um Masters 1000. Hoje não é mais assim, ou não está sendo mais assim. Seriam talvez os erros não forçados, a falta de winners. Alguma coisa está faltando para Maria Sharapova nas finais dos torneios, como na final deste sábado diante de Agnieszka Radwanska. Pois desde junho de 2010 foram dez finais, com oito derrotas e apenas dois títulos conquistados.
Com 24 anos de idade, o sonho dos nove anos ainda terá muito tempo para ser realizado. Se continuar jogando como está, Maria tem grandes chances de voltar à final do Masters de Miami, tem chances de voltar a vencer um torneio de Grand Slam, quem sabe até faturar Roland Garros pela primeira vez. Maria Sharapova tem tudo para vencer as Olimpíadas de Londres, afinal ela foi campeã no mesmo palco onde acontecerão os Jogos Olímpicos quando tinha apenas 17 anos e levantou o troféu de Wimbledon. Ela pode voltar a ser a número um do mundo novamente, principalmente se continuar longe das lesões que a prejudicaram demais. E claro, se ela voltar a fazer o que sempre fez, perder uma ou outra final porque é normal, mas vencer a maioria delas porque ninguém gosta de sair derrotada no momento mais importante. Basta ter paciência, pois ela mora em Bradenton, e Key Biscayne nesse caso fica logo ali. (Foto: Al Bello/Getty Images)
2 Comentários:
Sharapova é um grande exemplo da bonitinha que também joga muito! Me recordo que no início da carreira muitos o comparavam à Anna Kournikova, que era melhor fora da quadra do que dentro, mas Sharapova mostrou o contrário e com certeza ainda terá mais chances de vencer em Miami e voltar ao topo.
Luiz Paulo Knop
www.resenhaesportiva.com
Ela eh linda e joga bem, ela terá mais chances com certeza...
Pow valeu pela dica de postagem Guilherme, vou dá uma procurada e vê se acho a propaganda...
Abssss
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