É sempre igual e é sempre emocionante
A interpretação do hino nacional americano pela cantora Martina McBride é linda como sempre acontece antes dos eventos esportivos realizados nos Estados Unidos, mas nitidamente se percebe uma prolongação nos tons como se fosse uma tentativa de esperar pelos aviões que cruzam o céu do Indianapolis Motor Speedway. O sincronismo não foi perfeito como acontece todos os anos, só que isso não foi um problema para todo o cerimonial que antecede mais uma edição das 500 milhas de Indianápolis. Tudo porque esse ano a emoção antes da prova com as homenagens a Dan Wheldon foram tão grandes quanto a chegada proporcionada por três dos pilotos que talvez fossem os mais amigos do grande vencedor do ano passado.Não é uma imagem rara, principalmente quando se fala em Fórmula Indy, mas como impressiona e arrepia a cena com três carros praticamente lado a lado cruzando a linha de chegada depois de 200 voltas, depois de várias paradas nos boxes para reabastecimento e troca de pneus, depois de inúmeras bandeiras amarelas, vários acidentes e até rodada dentro dos boxes. O gosto do leite puro não deve ser tão bom quanto o sabor de vencer pela terceira vez em um dos templos sagrados do automobilismo. Ao contrário de beijar a Ashley Judd que deve ser tão maravilhoso quanto o motivo para beijar os tijolos da antiga pista que ainda estão lá na linha de chegada. Tudo sem esquecer Wheldon. Tudo um privilégio de Dario Franchitti.
O privilégio poderia ser de Scott Dixon, afinal ele corre com o mesmo carro do grande vencedor deste ano. Ou ainda do japonês Takuma Sato, que talvez por saber que jamais um japonês venceu as 500 milhas partiu para cima de Franchitti com muita afobação, bateu no escocês e teve seu temido encontro com o muro. Quem sabe o brasileiro Tony Kanaan, que se recuperou bem no final, mas assumiu a ponta antes da hora. Quem lidera faltando dez voltas nunca vence. Se liderar antes da metade então é puramente casual, mas pelo menos valeu pelo gostinho para Rubens Barrichello que acabou levando o prêmio de melhor novato após acabar na 11ª posição. Tudo isso valendo muito dinheiro e um troféu quase do seu tamanho.
O dinheiro é muito bem vindo, mas o que vale mesmo é entrar para a história das 500 milhas de Indianápolis que tem mais de cem anos e 96 edições realizadas. Dario Franchitti se junta a nomes como Louis Meyer, Wilbur Shaw, Mauri Rose, Johnny Rutherford, Bobby Unser e o brasileiro Helio Castroneves, todos eles com três vitórias cada um. Sonhando em alcançar AJ Foyt, Al Unser e Rick Mears, que conseguiram brilhar quatro vezes no oval mais famoso do planeta. A cada ano que passa sempre tomado de mais emoção, sempre se lembrando do passado e pensando no futuro, vivendo mais do que nunca o presente mesmo que os aviões não cruzem o céu no tempo certo, pois pelo menos eles ainda cruzam e ainda arrepiam qualquer um. (Foto: Jonathan Ferrey/Getty Images)
4 Comentários:
O principio do automobilismo era o de que qualquer um pudesse vencer uma prova com um carro bom...
Nas 500 isto é levado a enésima potência e as vezes vira uma loteria do caramba.
Me desagrada em partes, mas...
Gostei mesmo do Takuma, vencer ou bater tentando como disse o Daniel Médice.
Já aquele piloto que tem crise de identidade e não sabe se é veterano ou se é rookie, bem... covardou e tirava o pé nas relargadas, em todas.
Mas no fim, foi divertido.
Achei que o Rubinho foi bem na corrida...
O Kanaan deu vacilo, tinha que ter tirado o maximo do carro mais tarde sei lá, faltou gás no final, faltando apenas 7 voltas...
Mas foi demais a corrida, o Sato rodando na ultima volta e quase tirando mais um junto...
@Ron Groo: hahah Vai ver ele tava "enfeitando" para ficar claro que era novato !!!!
Essa corrida é um show a parte.
Antigamente só assitia as últimas 20/30 voltas, mas com o tempo aprendi a curtir toda a prova.
Dario guia muito, mas também tem uma sorte absurda, e uma bela esposa!
abs
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