ATP Finals e a inevitável previsão
Ás vezes surge do nada um Michael Stich, um Stefan Edberg ou até mesmo um Stan Smith, este último um americano que foi responsável pelo revés de Rod Laver em 1970, na final de primeira edição do torneio que reúne os melhores tenistas de cada ano. O incomum pode acontecer mas o jogador tem que ser bom, tem que ter feito uma grande temporada e tem que superar os melhores do mundo, assim como fez Gustavo Kuerten no ano 2000, jogando em Portugal e derrotando Andre Agassi na final. Já em 2009 foi a vez do russo Nikolay Davydenko entrar na galeria das 'zebras', ele aproveitou o péssimo momento de Rafael Nadal que não passou nem para as semifinais e nessa fase acabou com as esperanças de Roger Federer. O jogador fez história em Londres mas se esqueceu de manter a força para estar novamente na capital britânica esse ano, assim fica difícil desta vez não voltar para as inevitáveis previsões.Novak Đjoković em 2008; Roger Federer com quatro conquistas interrompidas apenas por David Nalbandian, o argentino que entra na famosa lista dos improváveis; Além das lendas Pete Sampras, Boris Becker, Andre Agassi, Ivan Lendl, John McEnroe e claro Björn Borg. O espanhol Manuel Orantes tem apenas um título, como Jimmy Connors ou Guillermo Vilas, mas como apostar em Tomáš Berdych ou em David Ferrer esse ano? É difícil até acreditar em Andy Murray, que está jogando em casa, desse jeito não há condições para acreditar em Robin Söderling. Ver Andy Roddick campeão do ATP Finals não seria tão surpreendente quanto foi ver Alex Corretja ganhando o título de 1998, e ainda mais fazendo a final contra o seu compatriota Carlos Moyà. Depois de Orantes a Espanha jamais havia sequer chegado na decisão, como acreditar que Rafael Nadal até hoje jamais chegou também.
Ferrer pode não ter condições hoje, mas em 2007 ele chegou na decisão e encarou de igual para igual o suiço Roger Federer. A derrota naquela ocasião já se repetiu nesse ano, e suas esperanças praticamente foram seladas. A Espanha chegou a ter um outro representando no duelo decisivo, mas Juan Carlos Ferrero não resistiu a Lleyton Hewitt em 2002, quando o australiano ganhou o bicampeonato, os dois únicos títulos do país do canguru já que Laver foi derrotado na primeira edição em 1970. A Austrália e a Espanha perdem feio em números de títulos para a República Checa, país que quando era conhecido como Tchecoslováquia assegurou cinco conquistas somente com Ivan Lendl. É difícil comparar Lendl com Roger Federer ou Rafael Nadal, mais difícil do que isso no entanto é entender como o suiço ganhou o torneio dos melhores quatro vezes enquanto que o espanhol não conseguiu nem se classificar para a final da competição.A temporada no tênis é longa, dura e desgastante. É natural chegar cansado no final do ano ou com alguma lesão, mesmo assim a história vê que os maiores de todos os tempos sempre conseguem vencer o ATP Finals mesmo que em meio a eles alguns dos grandes mas não tão bons quanto possam ser campeões também. Como Rafael Nadal nunca teve essa oportunidade é complicado dizer ao certo, o impossível é se basear nesse passado e não apontá-lo como favorito cada vez que ele disputa essa competição. Đjoković sonha com uma semifinal entre Nadal e Federer para ter uma chance na decisão, Murray sonha em derrotar um dos dois para ter também uma chance na decisão. O mundo por sua vez sonha e inevitavelmente aposta que os dois ganhem todos os seus jogos para que ambos possam estar na grande decisão. Um contra o outro novamente como há algum tempo não acontece, um duelo tão marcante e tão interessante que fica difícil não fazer parte de qualquer previsão no mundo do tênis. (Fotos: Stefan Wermuth/Reuters via PicApp)
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