Maldição do San Siro dá uma trégua
Uma frase que poderia resumir a história da final da Champions League de 2016 é: "O Real Madrid foi campeão no estádio San Siro, mas continua sem vencer por lá". A equipe do Real Madrid jamais em toda a história do futebol mundial conseguiu vencer ao menos uma partida no estádio italiano. Seja jogando contra o Milan no tão popular San Siro, ou seja contra a Inter de Milão, que divide as mesmas dependências, mas prefere se referir ao mesmo como Giuseppe Meazza (ex-jogador e ídolo da torcida). Eram dez derrotas e quatro empates, sete jogos contra Milan e outros sete contra a Inter. Agora acrescenta-se mais um empate, contra o Atlético de Madrid, porém recheado com um grito de campeão.
Esse grito de campeão que o Real Madrid solta pela décima primeira vez na Champions League está engasgado na garganta do Atlético de Madrid. Faz dois anos que a equipe rival da capital espanhola esteve novamente lá na decisão, e lá estava também o Real para acabar com suas alegrais e esperanças de se tornarem donos do mundo. É a primeira vez em toda a história do maior campeonato de futebol do planeta que um time chega três vezes na grande final e consegue a façanha de não vencer nenhuma delas. Com um jogo consistente e uma vontade tão grande vista na euforia do técnico Diego Simeone, aliados com a boa e velha "Maldição do San Siro", desta vez parecia que seria diferente.
Na cobrança de falta a bola é lançada na área, já era a segunda vez que isso acontecia. Bale desvia de cabeça e Sergio Ramos, oportunista, abre o placar para a equipe merengue. Plantados no chão, nenhum jogador do Atlético subiu para afastar o perigo. O jogador do Real Madrid estava em posição de impedimento, mas o estrago já estava feito. Se não houvesse erro da arbitragem, e o placar seguisse empatado, o Atlético poderia ter ganhado. Não seria graças à Antoine Griezmann (jogador francês que vai sim brilhar na Eurocopa), pois o pênalti que ele perdeu chutando no travessão foi também um erro do juiz. Mas sim graças ao golaço de Carrasco, que foi um verdadeiro carrasco acabando com a tática de Zinédine Zidane que já tinha a certeza de que venceria por 1 a 0 naquela altura da partida.
Não tem como o Real vencer por 1 a 0 no San Siro. Por lá prevalece a maldição que perpetuará por muito tempo. Ao Atlético então restava fazer o que o Real havia feito com eles dois anos antes. Naquela ocasião eram eles que venciam por 1 a 0 e sofreram o empate, ficaram abalados e levaram mais gols na prorrogação. Quem sabe agora, que perdiam e empataram, pudessem fazer o mesmo. Não foi oque aconteceu, o empate seguiu e a decisão foi para a disputa por pênaltis. Griezmann mostrou a frieza que precisava ter tido para que seu time já estivesse com o título. De forma impressionante todos os jogadores cobravam com calma e maestria, pareciam um monte de Djalminhas. Mas Juanfran finalmente errou.
Havia uma trave no seu caminho. Havia um poste entalado na sua garganta. E a quem resta então a tarefa de ser o herói, mesmo que a importância de todas as outras cobranças terem sido certeiras? Não poderia mesmo ser outro. "Cristiano Ronaldo é largo" diriam torcedores, admiradores e até indiferentes ao português. Provavelmente ainda sentindo a lesão que o deixou fora de algumas partidas, ausências que não o impediram de ter marcado 16 gols nesse edição da Champions League, Ronaldo jogou mal, teve poucas chances reais de resolver e não foi bem nem quando cobrou falta (sua especialidade). Mesmo assim o substituído foi Benzema. E por que será? Talvez porque no final sua estrela tinha que brilhar. Continua a maldição, mas o Real é campeão.
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