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Campeã olímpica morre aos 31 anos

Em um desfecho de partir o coração, o mundo do esporte chora a perda prematura de uma de suas estrelas mais brilhantes, Laura Dahlmeier. A bicampeã olímpica e heptacampeã mundial de biatlo faleceu aos 31 anos em um trágico acidente de montanhismo nas traiçoeiras montanhas Karakoram, no Paquistão. A notícia, que abalou a comunidade esportiva global, marca o fim abrupto de uma vida dedicada à excelência e à paixão pela natureza selvagem, deixando um vazio imenso em corações de fãs e colegas.

O fatídico incidente ocorreu por volta do meio-dia de 28 de julho, a uma altitude de aproximadamente 5.700 metros, quando Dahlmeier foi atingida por uma queda de rochas. Seu parceiro de escalada, em um ato desesperado, prontamente alertou os serviços de resgate. No entanto, a localização remota e o terreno implacável atrasaram a chegada de um helicóptero até a manhã do dia seguinte. Os esforços de resgate foram terrivelmente dificultados pelo risco constante de novas quedas de rochas, e a confirmação de seu falecimento na quarta-feira, 30 de julho, selou o destino trágico de uma atleta que desafiava limites.

Laura Dahlmeier, cujo nome ecoará para sempre na história do biatlo, fez sua estreia na Copa do Mundo IBU na temporada 2012-13, conquistando sua primeira vitória um ano depois. Seu ápice veio nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang 2018, onde se tornou a primeira mulher biatleta a vencer as provas de sprint e perseguição na mesma edição, além de conquistar um bronze individual. No Campeonato Mundial de Biatlo de 2017, em Hochfilzen, Áustria, ela demonstrou sua supremacia ao levar para casa cinco medalhas de ouro e uma de prata, consolidando seu legado como uma lenda viva.

Em maio de 2019, aos 25 anos, Dahlmeier surpreendeu o mundo ao se aposentar do biatlo competitivo para se dedicar à sua outra grande paixão: o montanhismo. Recentemente, ela havia escalado a imponente Great Trango Tower e planejava sua próxima aventura no Laila Peak. Sua partida repentina é um lembrete doloroso da fragilidade da vida e da coragem inabalável daqueles que ousam perseguir seus sonhos nas alturas mais perigosas. Seu espírito aventureiro e sua dedicação inspiradora serão eternamente lembrados.

A escalada do Monte Everest

Rumo ao topo do mundo escalando a montanha mais alta do planeta terra. A 8.844 metros de altura, na cordilheira do Himalaia, a Chomolangma ou mãe do universo mostra a face do céu, a Sagarmatha, bem na fronteira entre o Nepal e o Tibete, na China. Dentre 15 possíveis rotas de ascensão ao Monte Everest, duas delas são utilizadas ao extremo, a sudeste e a nordeste. Geralmente os desafios a si mesmo, as aventuras que acontecem a muitos anos e a vontade de superação são realizadas entre abril e maio, antes do período das monções porque nesta época do ano a velocidade média das rajadas de vento é menor. A cada ano novos desafiantes da montanha gelada, lutando contra o ar rerefeito, tentando retornarem vivos, e isso desde 1924.

Para tudo na vida existe uma primeira vez. Os britânicos organizaram um expedição em 1921 e apenas três anos depois estavam lá na face Norte os alpinistas George Mallory e Andrew Irvine. A experiência em outros picos os credenciavam, mas nas entrevistas como uma em Nova York a pergunta sobre por que escalar o Everest sempre era feita; Mallory simplesmente respondeu - "Porque ele está lá.". E assim partiram rumo ao cume da montanha mais alta do planeta, mas infelizmente sumiram no meio da neblina e jamais retornaram para contar a história. Até hoje, e talvez para sempre, a dúvida sobre a dupla ter atingido o topo ou não prevalece, mesmo que algumas evidências indicam que eles teriam chegado em seu destino.

Em 1975 o chinês Wang Hongbao afirmou ter encontrado o corpo de um "velho inglês" perto do topo, seria Andrew Irvine, mas no dia seguinte Hongbao morreu tragicamente em uma avalanche sem trazer mais detalhes sobre seu achado. Já em 1999 uma expedição estado-unidense encontrou o corpo congelado de George Mallory. Com ele pertences intactos, tudo muito bem conservado, menos uma de suas câmeras Kodak, com um filme preto em branco que poderia ainda ser revelado segundo a empresa fabricante do equipamento, solucionando as dúvidas. Também não foi encontrada uma foto da esposa de Mallory que o alpinista sempre carregava consigo para colocar no topo do Everest quando chegasse lá; e esse fato segue até hoje sendo considerado um dos mais fortes por aqueles que acreditam ter sido a dupla britânica a primeira a chegar no topo.

Mas como dúvida não é certeza, o primeiro registro oficial de um alpinista que chegou no topo do Everest data de 1953, na manhã de 29 de maio, quando o apicultor neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay encontraram finalmente o rosto do céu. Em 1975 foi a vez de Junko Tabei se tornar a primeira mulher no topo, em 1978 Reinhold Messner e Peter Habeler fizeram a primeira ascenção sem oxigênio e no ano de 1980 Messner voltou para fazer a primeira subida em solitário. Os brisileiros chegaram lá em cima pela primeira vez em 1995 com Waldemar Niclevicz e Mozart Catão. Eles realizaram um sonho, alcançaram uma meta incrível e fascinante já tentada por mais de 1500 pessoas em muitos anos de histórias, sendo algumas delas muito tristes, pois nem todos conseguem voltar, morrendo na montanha, a montanha mais alta e mais desafiadora do planeta. (Foto: Divulgação)

Pra cima rumo ao topo do mundo

ARUSHA, TANZANIA - DECEMBER 07: Martina Navratilova takes part in day two of the Martina Navratilova Mt. Kilimanjaro Climb on December 7, 2010 in Arusha, Tanzania. Martina Navratilova and her team are climbing Mount Kilimanjaro to raise money for the Laureus Sport for Good Foundation. Martina Navratilova, a member of the Laureus World Sports Academy will attempt to scale the 5895m peak, Africa's highest free standing mountain with a team of fundraisers including German Paralympic cyclist Michael Teuber and British badminton player Gail Emms . (Photo by Chris Jackson/Getty Images for Laureus)
Dia de sol, muito calor e até uma partida de futebol sob o chão de terra batida. Na África é quase sempre assim, pelo menos até o dia que começa a chover, fazer frio e fazer parecer que não se está mais no continente mais árido do planeta. A ironia do destino vai um pouco mais adiante, conta com uma montanha cujo topo é branco, coberto de neve em uma visão única, mesmo que ela esteja derretendo por conta do aquecimento global. É hora de colocar a mochila nas costas, é hora de preparar o saco de dormir, o cantil e todos os equipamentos necessários para se fazer uma trilha, e principalmente uma escalada. Chegou o dia de subir no ponto mais alto do continente africano, o quarto ponto mais alto do mundo, é dia de escalar o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, fronteira com o Quênia.

A campeã mundial e medalhista de prata olímpica no Badminton, Gail Emms, sorri com seu casaco vermelho e parece estar confiante. O ciclista alemão paraolímpico Michael Teuber caminha determinado pela lama e todo sentam juntos à mesa para apreciar o que parece ser um delicioso café da manhã. No total o grupo tem 28 pessoas, só que uma delas chama um pouco mais atenção e é na verdade a grande idealizadora do desafio. Seu nome é Martina Navratilova, maior vencedora de torneios de tênis incluindo homens ou mulheres com 167 conquistas no total. Aos 54 anos de idade ela já superou inúmeros obstáculos em sua vida, inclusive um câncer de mama, descoberto em um exame rotineiro. Subir até o Pico Uhuru não deve ser problema para a mulher que parece não se cansar jamais.

A idéia de escalar o monte Kilimanjaro, juntamente com outros 27 atletas que incluem Gail Emms e Michael Teuber, surgiu para arrecadar fundos que serão destinados à Laureus Sport for Good Foundation, entidade que apoia cerca de 80 projetos em todo o mundo, incluindo quatro nos Estados Unidos e também um no Brasil. Martina declarou que sempre teve vontade de fazer algo como isso, mas que estava muito ocupada jogando tênis. Agora a lendária atleta finalmente consegue dar início ao seu sonho e vai além, dizendo que - "Não quero estar acabada aos 60. Sempre soube que o tempo era limitado, mas ao mesmo tempo sempre pensei que tinha muito tempo para isso. Agora, depois disso, não tenho tanta certeza. Devo acelerar um pouco para ter certeza de fazer as coisas". disse Navratilova em Londres, ao jornal Telegraph.
ARUSHA, TANZANIA - DECEMBER 07: Martina Navratilova leads the group on day two of the Martina Navratilova Mt. Kilimanjaro Climb on December 7, 2010 in Arusha, Tanzania. Martina Navratilova and her team are climbing Mount Kilimanjaro to raise money for the Laureus Sport for Good Foundation. Martina Navratilova, a member of the Laureus World Sports Academy will attempt to scale the 5895m peak, Africa's highest free standing mountain with a team of fundraisers including German Paralympic cyclist Michael Teuber and British badminton player Gail Emms . (Photo by Chris Jackson/Getty Images for Laureus)
Ninguém pode se esquecer que apesar de ser por uma boa causa, se trata de um grande desafio. Se trata de subir 5.891,8 m em condições adversas, onde talvez nem todos cheguem até o final mas onde todos contam com kits de sobrevivência, grande equipes de apoio e um treinamento forte que até mesmo Martina Navratilova realizou subindo escadarias de prédios e até mesmo entrando em câmaras que imitavam os níveis de oxigênio simulando os mesmo níveis que serão encontrados no Kilimanjaro. Esse tipo de desafio renova a vida de uma pessoa, lhe ajuda a crescer espiritualmente e se conquistado em sua plenitude pode até emocionar e levar às lágrimas, pelos menos é isso que espera a grande Martina, a grande atleta que disse chorar até em filmes e hino nacional, porque não choraria em mais uma conquista na sua vida repleta de glórias. (Fotos: Chris Jackson/Getty Images for Laureus via PicApp)