Dor e tristeza no Giro 2011

Wouter Weylandt vinha em um trecho estreito da estrada relativamente escuro por conta das sombras de muitas árvores, alguns dizem que ele olhava para trás para ver onde estavam seus adversários, isso acontecia com uma velocidade acima dos 70 Km/h. Weylandt provavelmente bateu seu pedal em uma parede e perdeu totalmente o equilíbrio, caindo e se chocando de forma extremamente violeta com o chão. Cair no ciclismo é algo até normal, por isso outros competidores seguem pedalando enquanto carros de resgate chegam rapidamente para fazer o atendimento ao atleta. O capacete partiu no meio, uma poça de sangue é vista perto da cabeça e o jovem atleta de apenas 26 anos está desacordado. Infelizmente era tarde demais, Wouter Weylandt havia morrido, em mais um dia triste para o esporte infelizmente.
Em sinal de respeito, a organização do Giro cancela a cerimônia de premiação da terceira etapa. Millar se recusa a comemorar o fato de ter assumido a camisa rosa da líder - "Não significa nada agora", declara o britânico. No dia seguinte todos esboçam um semblante fechado e entristecido, a equipe Leopard Trek se coloca à frente do pelotão e todos decidem não competir durante a quarta etapa em um singela homenagem ao companheiro que perdeu sua vida fazendo aquilo que mais gostava. O destino às vezes é extremamente misterioso e irônico em seus acontecimentos, pois cerca de um ano antes, no dia 10 de maio ao invés do dia nove, porém na mesma terceira etapa do Giro d'Italia, Wouter Weylandt além de não ter sofrido nenhuma queda e nem passado por nenhum risco de perder a vida, conseguiu a façanha de ser o grande vencedor daquele dia, uma de suas grandes conquistas ao lado da etapa que venceu na Vuelta a España em 2008.
Uma fatalidade, uma tragédia, um momento de uma tristeza profunda e angustiante que o esporte com toda a sua alegria jamais quer ver. A perda de uma vida é um preço alto que algumas modalidades como o ciclismo são obrigados a pagar. Wouter Weylandt, que deixou sua namorada grávida, foi a quarta vítima fatal em toda a história do Giro d'Italia, uma das três maiores competições de ciclismo do planeta. Os outros que morreram foram Orfeo Ponsin em 1952, Juan Manuel Santisteban em 1976 e Emilio Ravasio em 1986. Não existe a menor dúvida que a segurança dos competidores deve ser prioridade entes de mais nada, principalmente quando se trata de uma disputa com um nível tão alto como essa, a obrigatoriedade no uso de capacetes já foi instituída a muito tempo, não se pode duvidar que os competidores conhecem os riscos e que a organização se esforça para evitar esse tipo de situação, restando a todos apenas lamentar profundamente quando esse tipo de desgraça acaba acontecendo. (Foto: Luk Benies/AFP/Getty Images)
3 Comentários:
Saudações parceiro!
Infelizmente um texto fúnebre. Ainda assim, sua sensatez e imparcialidade de noticiar de forma serena a realidade dessa estreita relação de amor, emoção e perigo que envolve esportistas e esportes. São tragédias que não superam as alegrias do atleta de ter vivido em seu prazer, em sua euforia e felicidade de fazer, viver e morrer... pelo que amam. Se assim não fosse, talvez estivessem mortos em vida!
Forte abraço.
Jean Francisco.
esportday.blogspot.com
@Jean Francisco: Belíssimas palavras meu caro Jean. Muito Obrigado por compartilhar por aqui. Grande abraço.
Uma pena quando acontece estas fatalidades, resta apenas orarmos e desejar os pezames para os familiares e amigos....
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