Sem tríplice coroa em 2013, mas com novo rei

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A primeira vez foi em 1919, com Sir Barton, e a última foi em 1978, quando Affirmed marcou seu nome na história. Os anos de 1970 foram incríveis, com Seattle Slew e o mais fantástico de todos Secretariat, com todos os seus recordes inquebráveis. Mas antes disso um longo e tenebroso inverno de insatisfações, nenhum cavalo conseguiu vencer a tríplice coroa entre os anos de 1948 e 1973. Foram 25 anos de uma espera angustiante que culminou em uma história fascinante, tão grandiosa que virou até filme. Só que após 1978 o gelo dos pólos invadiu os Estados Unidos e agora já são 35 anos sem desfrutar do sonho de ser o melhor. Isso fez com que jockey´s, treinadores e donos, por não competirem apenas um ano como os cavalos, tivessem a chance de buscarem a sua tríplice coroa. A sua vitória no Kentucky Derby, no Preakness Stakes e no Belmont Stakes. Satisfeitos sendo campeões em anos diferentes, mas também no mesmo ano com cavalos diferentes. Foi assim nos anos de 1990 e começo da última década, acumulando conquistas, se tornando o novo rei da tríplice coroa.

Só que mesmo com novo rei, a tríplice coroa não vem em 2013. E parecia que dessa vez a ilusão de David Copperfield iria finalmente se tornar realidade. Parecia que Orb não daria chances a ninguém. Mas com Big Brown, Funny Cide e tantos outros foi a mesma coisa. Esperanças despedaçadas em longas passadas pela castigada pista de areia. Shug McGaughey se decepcionando a cada nova curva e Wayne Lukas mal conseguindo acreditar que ninguém atacava ou ameaçava um dos seus três pupilos que alinharam para a largada apenas alguns momentos antes. Era a mesma emoção com a corneta que tocou mais alto ou com o coral da marinha que soltou a voz como nunca na doce e preciosa "My Maryland, My Maryland". Oxbow destruia o relógio e não perdia rendimento nenhum caminhando firme em busca do seu glorioso destino. Mesmo com Itsmyluckyday ameaçando ou Mylute querendo levar a sua adorável jockey ao topo do mundo. Não hoje, não em Baltimore e não em Pimlico. O dia acaba com a chance da tríplice coroa, mas coroa Lukas como o novo rei de tríplice coroa.

A dele foi em 1995. Com Thunder Gulch no Kentucky, Timber Country no Preakness e Gulch novamente no Belmont. Wayne Lukas venceu as três principais corridas de cavalos do Estados Unidos, ele levou a tríplice coroa do turfe e quase que seu cavalo Thunder Gulch levou também, já que foi terceiro colocado no Preakness daquele ano. Normalmente é mais fácil um cavalo vencer as duas primeiras corridas e perder a terceira. Lukas colecionava triunfos da tríplice coroa, mas sua última conquista foi no ano 2000. Talvez ele sentia falta do jockey Gary Stevens, que se aposentou, talvez fosse alguma maldição de Sunny Jim Fitzsimmons, treinador que faturou a tríplice coroa duas vezes, em 1930 e 1935, glórias autêncicas com o mesmo cavalo, Gallant Fox e Omaha. Parecia mais fácil vencer a tríplice coroa naquela época, hoje não é mais assim, hoje são 35 anos de espera e serão 36, porque tríplice coroa só será possivel no ano que vem. Mas vencer uma corrida da tríplice coroa não deixa de ser fantástico, histórico e brilhante, e se for pela 14ª vez e recorde então merece uma coroa para um novo rei. Fitzsimmons ficou para trás.

Fitzsimmons faleceu em 1966, antes de poder ver Secretariat. Lukas nasceu em 1935, o ano da segunda tríplice coroa de Fitzsimmons. Orb completou três anos em 2013, mas não completou em primeiro a segunda corrida das três principais. Joel Rosário foi lento no começo e ficou encaixotado na metade. No final já era tarde, uma tarde de sábado cinzento que não afastou mais de 117 mil pessoas do Pimlico Race Course. Elas queriam ver o sonho da tríplice coroa seguir até Nova York, mas foram obrigados a verem o ataque mortal e venenoso de Oxbow, o cavalo de quem ninguém falava antes que fosse dada a largada. Todos testemunhas de um novo rei que triunfou porque seu querido jockey voltou. Gary Stevens, aos 50 anos de idade, até então aposentado desde 2005. E se ele tivesse corrido melhor em Kentucky, ido além da sexta posição para a glória. E se no Belmont Stakes eles vencer novamente e provar que poderia ter sido um tríplice coroado. Nos últimos 35 anos muitos poderiam ter sido, poucos foram e ganhar em anos diferentes passou a ser um bom negócio para os jockeys, treinadores e donos. Mas um dia um cavalo vai vencer no mesmo ano novamente, um dia teremos um tríplice coroado autêntico novamente, um Fitzsimmons, um Omaha, um Secretariat ou um Affirmed. Um verdadeiro rei da tríplice coroa do turfe americano.

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