Grandes nomes das Olimpíadas de Tóquio
Risco de não acontecer por causa da Pandemia de Covid-19. Um ano de uma longa espera angustiante. Proibição de público e uma imensa dificuldade de preparação dos atletas. Assim foram as Olimpíadas de Tóquio 2020, com uma dificuldade gigantesca, mas acontecendo da forma incrível como sempre são os Jogos Olímpicos. No final de tudo o que fica é a festa do esporte que emociona e inspira, e junto com tudo isso alguns nomes acabam ficando marcados para sempre na história. Não é fácil saber de tudo e eleger cada um de tantos destaques, mas fica aqui uma tentativa de eleger os grandes nomes das Olimpíadas de Tóquio 2020, que aconteceram em 2021!Sifan Hassan
Talvez tenha sido o maior nome das Olimpíadas de Tóquio. Sifan Hassan não foi a maior medalhista e nem bateu nenhum recorde, mas sua história no Japão deve ficar marcada para sempre. Nascida na Etiópia, Sifan foi para a Europa aos 15 anos como uma refugiada e acabou sendo acolhida pela Holanda onde se naturalizou. Começou a treinar e competir e logo se tornou uma das maiores corredoras do país. No Mundial de 2019 levou dois ouros e chegou em Tóquio com a perspectiva de levar três medalhas douradas. Acabou levando duas de ouro e uma de bronze, mas a forma como chegou ao bronze foi louvável. Nas eliminatórias dos 1.500 ela foi derrubada por outra atletas que caiu na sua frente logo no início da última volta. Sifan não se abalou, levantou rapidamente e foi da última colocação para a primeira vencendo a série de forma espetacular. No mesmo dia, à noite, venceu os 5.000 m. Dias depois levou o bronze nos 1.500 e ainda garantiu mais uma de ouro nos 10.000 m. Foi uma performance extraordinária e uma mensagem passada de que seja no esporte ou na vida não se deve desistir jamais, mesmo que a queda seja grande.
Caeleb Dressel
Em termos de conquistas o nadador americano Caeleb Dressel foi sem dúvida o maior nome olímpico em Tóquio. Ele levou cinco medalhas de ouro e igualou o lendário compatriota Mark Spitz que até então havia sido o único nadador que vencer os 100 m borboleta e os 100 m livres na mesmo Olimpíada. Dressel só não conseguiu medalha na prova dos revezamento misto pois junto com seus companheiros acabaram ficando apenas com a quinta colocação. Depois das conquistas ele revelou ter enfrentado um quadro de depressão quando tinha 13 anos, mostrando um apoio à ginasta Simone Biles que durante os jogos resolveu desistir de algumas provas por não estar mentalmente preparada para elas. O tema da depressão prejudicou também a tenista local Naomi Osaka, que ascendeu a pira olímpica e pode ter mudado para sempre a forma como os "fracassos esportivos" são vistos pelo público e pela imprensa.
Elaine Thompson-Herah
A corredora jamaicana Elaine Thompson-Herah já havia brilhado nas Olimpíadas do Rio 2016, mas em Tóquio ela conseguiu ir além e fazer tal como um velho conhecido do seu país. Thompson conseguiu como Usain Bolt levar três ouros em três provas, os 100 m rasos, os 200 m rasos e o revezamento 4x100 m rasos. Se não bastasse ela ainda bateu o recorde olímpico nos 100 m que durava desde 1988 e pertencia Florence Griffith-Joyner. Foi um feito incrível para Elaine que ofuscou sua compatriota Shelly-Ann Fraser-Pryce, mas que junto com ela levou o revezamento e ainda teve Shericka Jackson garantindo uma trinta incrível para a Jamaica nos 100 metros.
Allyson Felix
A americana é uma veterana e recentemente se afastou das competições para ser mãe. Allyson Felix foi desacreditada por muitos, mas retornou para entrar para a história nos Jogos Olímpicos. Ela levou o bronze nos 400 m rasos e ouro no revezamento 4x100 m, se tornando, com 11 medalhas olímpicas no total sendo 7 de ouro, a atleta com mais medalhas no atletismo em todos os tempos, ultrapassando o lendário Carl Lewis, um feito realmente incrível para a corredora de 35 anos.
Emma McKeon
Com quatro medalhas de ouro e três de bronze, a nadadora australiana Emma McKeon terminou os Jogos Olímpicos de Tóquio com a incrível marca de sete medalhas conquistadas, igualando assim o recorde de sete medalhas para uma mulher na mesma edição das Olimpíadas que era da ginasta Mariya Gorokhovskaya, da antiga União Soviética de Helsinki 1952, com a diferença que Gorokhovskaya só duas de ouro e o resto todo de prata.
Sue Bird e Diana Taurasi
O domínio dos EUA no basquete é incontestável. No masculino começaram perdendo para a França, mas a equipe liderada por Kevin Durant conseguiu sua revanche na final e levou mais uma de ouro. Já no feminino não tem para ninguém. Desde a primeira edição para mulheres em 1976 a equipe americana só perdeu duas vezes, foi prata naquele início em Montreal e ficou com o bronze em 1992, excluindo sua não participação em 1980. A partir de 1996 nunca mais perdeu, são sete medalhas de ouro seguidas e, para duas jogadoras, são cinco. Sue Bird e Diana Taurasi fazem parte da equipe olímpica desde 2004 e em Tóquio conseguiram sua quinta medalha de ouro seguida em cinco edições diferentes dos Jogos, um feito realmente incrível para as jogadores que tem 40 e 39 anos respectivamente.
Annemiek van Vleuten
A ciclista holandesa Annemiek van Vleuten entra para a lista por sua história incrível. Nas Olimpíadas do Rio 2016 ela caiu em um acidente grave na prova de estrada e perdeu uma das maiores chances de conseguir sua medalha. Cinco anos se passaram e a chance voltou em Tóquio, aos 38 anos de idade. Na linha de chegada ela comemora muito, mas apesar de achar que tinha ganho a corrida, ela na verdade era medalha de prata. Annemiek não se abalou e alguns dias depois finalmente conseguiu aquilo que sempre sonhou. A medalha de ouro veio na prova contra-relógio, essa não havia dúvidas e ela finalmente comemorou a sua glória.
Mijaín López
O atleta cubano da luta greco-romana Mijaín López levou o seu quarto ouro em sua quarta olimpíadas seguida. Outros atletas já levaram quatro ouros em quatro olimpíadas diferentes, mas em esportes individuais e competindo sempre na mesma prova só ele e mais três conseguiram. Mijaín se juntou a Al Oerter, que levou outro no Lançamento de Disco em 1956, 1960, 1964 e 1968. Carl Lewis, que levou quatro ouros no Salto em Distância em 1984, 1988. 1992 e 1996. Além de Michael Phelps, que dentre todos os seus 23 ouros, só quatro deles foram em uma mesma prova individual e em quatro Jogos diferentes, nos 200 m medley que venceu em 2004, 2008, 2012 e 2016. O caso de Mijaín López tem, no entanto, um porém, pois sua categoria era até 120 Kg nas duas primeiras Olimpíadas que venceu, e depois mudou para até 130 Kg, mas continua sendo a mais alta, ou seja, o peso pesado, não havendo mais a categoria até 120 Kg e tendo somente até 130 Kg, portanto se tratando indiscutivelmente da mesma categoria.
Flora Duffy e Hidilyn Diaz
Flora Duffy, competindo no Triatlo feminino, foi responsável pela primeira medalha de ouro de toda a história olímpica das Ilhas Bermudas. Hidilyn Diaz, competindo no Levantamento de peso da categoria até 55 Kg, foi responsável pela primeira medalha de ouro da história das Filipinas nas Olimpíadas. Em uma edição dos Jogos marcada por mais igualdade e representatividade das mulheres, nada mais incrível que elas terem dado aos seus países aquela que foi sua maior glória esportiva em todos os tempos.
Lydia Jacoby
Com apenas 17 anos a americana Lydia Jacoby levou a medalha de ouro nos 100 m peito, sendo a primeira nativa do Alasca a conseguir esse feito na Natação. Ela começou a nadar aos 6 anos de idade pois seus pais, que tem um barco e levam visitantes em passeios de observação de baleias no Alasca, estavam preocupados por passarem muito tempo na água. Ela planejava ir aos Jogos apenas como expectadora em 2020, mas com o adiamento para 2021 acabou indo como competidora. Ela deixou para trás a recordista olímpica e mundial Lilly King, que ficou com o bronze, e a sul-africana Tatjana Schoenmaker, que havia batido o recorde olímpico da prova na semifinal e que depois conseguiu o recorde mundial dos 200 m peito, mas perdeu a final dos 100 m peito para a jovem do Alasca Lydia Jacoby.
Madina Taimazova
A lutadora de Judô do Comitê olímpico russo sofreu um machucado no supercílio durante a luta contra a espanhola María Bernabéu. Chegou na luta contra a brasileira Maria Portela com um grande curativo e sofreu muito para sair vitoriosa após um longo e polêmico Golden Score. Em seguida venceu a rival grega, mas na semifinal não resistiu diante da japonesa Chizuru Arai onde chegou até a desmaiar no tatame depois de um golpe de sufocamento que recebeu. Na disputa do bronze veio mais uma batalha contra a croata Barbara Matić, o curativo do olho saindo e a vitória vindo por apenas um golpe. Foi uma medalha de bronze conseguida a duras penas, mas sem dúvida com um grande sabor de ouro.
Jesús Ángel García e Oksana Chusovitina
O ano de 2021 está sendo marcado pela longevidade esportiva dos atletas que estão sendo campeões com mais de 40 anos. Neste caso eles não venceram nada em Tóquio 2020, mas Jesús Ángel García e Oksana Chusovitina merecem destaque pela persistência. O espanhol Jesús Ángel García competiu na marcha atlética de 50 Km pela oitava vez na sua carreira em sua oitava Olimpíada. Sua primeira foi Barcelona 1992 e seu melhor resultado foi quarto colocado em Pequim 2008. Já Oksana Chusovitina, do Uzbequistão, também chegou a sua oitava Olimpíada, também desde Barcelona 1992 onde ganhou medalha de ouro na disputa por equipes e em Pequim 2008 ela ganhou a prata no Salto.
Vale ainda menção honrosa para Quan Hongchan, chinesa dos Saltos Ornamentais que ganhou nota 10 em algumas rodadas. Também Katie Ledecky, que levou ouro pela terceira vez nos 800m livres e se tornou a primeira campeão da história nos 1.500 m livres, prova que estreou nas Olimpíadas de Tóquio para as mulheres. Além de Eliud Kipchoge, que se tornou apenas o terceiro bicampeão olímpico da Maratona.
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