Iga Świątek 114 anos depois

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A vitória de Iga Świątek sobre Amanda Anisimova na final de Wimbledon de 2025 é um marco incrível na história do tênis. A tenista polonesa, até então conhecida por seu domínio avassalador em quadras de saibro, enfrentava o desafio de provar que também era capaz de vencer na grama sagrada de Wimbledon, algo que seu time acreditava mais do que ela segunda ela mesma. Este torneio, que outrora representou um calcanhar de Aquiles em sua trajetória, tornou-se, por fim, o palco de sua consagração derradeira. A narrativa de sua carreira, marcada por cinco títulos de Grand Slam em outras superfícies, encontrou seu ápice e complemento histórico nos gramados londrinos, onde a polonesa superou não apenas a adversária, mas também as expectativas e as incertezas que pairavam sobre seu desempenho neste tipo de piso.

O confronto decisivo, ocorrido na quadra central, não foi um mero jogo, mas uma demonstração magistral de domínio técnico e mental. Em apenas 57 minutos, Świątek desferiu um impiedoso placar de 6-0, 6-0 (a famosa bicileta), um resultado que evocou ecos de uma era há muito passada. A última vez que uma final feminina de Wimbledon fora decidida com tal margem foi em 1911, ocasião em que Dorothea Lambert Chambers derrotou Boothby por 6–0, 6–0. A performance da polonesa foi de uma precisão clínica, com saques indefensáveis e uma agressividade de fundo de quadra que não permitiu a Anisimova, a quem a própria Świątek elogiou, encontrar qualquer ritmo ou consistência. Foi um espetáculo de poder e controle, uma sinfonia de golpes que a colocou em um patamar de excelência raramente alcançado.

A conquista em Wimbledon eleva a personagem Iga Świątek a um novo patamar de "imortalidade no tênis", como a mídia especializada destacou. Com este triunfo, ela não apenas conquistou seu sexto título de Grand Slam e manteve um histórico perfeito de 6-0 em finais de majors, mas também se tornou a jogadora mais jovem a vencer torneios de Grand Slam nas três superfícies (saibro, grama e quadra dura) desde Serena Williams em 2002. Sua vitória simboliza a transição de uma força dominante em uma única superfície para uma atleta completa, cuja versatilidade e adaptação a consagram entre as grandes lendas do esporte. O feito, surpreendente até mesmo para a própria tenista, cimenta seu legado em uma das páginas mais ilustres da história do tênis, agora só falta o Aberto da Austrália.

A partir de sua vitória, Iga Świątek não é mais vista apenas como a sucessora natural de uma era de dominação, mas como a arquiteta de seu próprio legado histórico. A superação de sua "fraqueza" na grama marca uma evolução fundamental em sua jornada, revelando a profundidade de sua resiliência e a ambição de seu jogo. Este capítulo em sua carreira demonstra que sua busca pela excelência transcende a mera vitória; é uma busca por uma perfeição técnica e mental que a distingue. O triunfo em Wimbledon não é o fim de sua história, mas um prefácio grandioso para o que está por vir, consolidando seu nome no panteão das campeãs e deixando o público a antecipar com fervor os próximos capítulos de sua notável carreira.

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