Seguindo os passos da titia

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"Eu cresci idolatrando ela, eu sempre quis ser como ela" - dizia Keegan Bradley na entrevista coletiva ao lado do troféu se referindo à sua própria tia Pat Bradley. A vencedora de 31 torneios do LPGA Tour, principalmente nos anos de 1980 até o início da década de 90. A golfista que faturou o U.S. Women's Open em 1981 e que levou também o LPGA Championship em 1986, a grande estrela do circuito feminino, hoje com 60 anos de idade, que sempre serviu de inspiração para o seu jovem sobrinho, o filho de um mebro do PGA América que sempre lhe deu oportunidade de jogar golfe sem fim, no verão em Vermont, e era pago. Keegan Bradley cresceu, está com 25 anos, se tornou profissional em 2008 e venceu o HP Byron Nelson Championship. Mas neste domingo foi além, neste domingo chegou onde só os seus sonhos poderiam levá-lo.

Como é possível um jogador de golfe que venceu apenas um torneio do PGA Tour, que já está com 25 anos sem ninguém nunca ter ouvido falar seu nome (mesmo que seja o sobrinho de um grande jogadora do passado) e que vem lá de Vermont, da da Universidade St. John, como pode um desconhecido desses vencer um torneio Major? Cadê o Tiger Woods? Ficou no corte com dez tacadas acima do par, sorte que Brian Cairns fez 24 tacadas acima do par. Cadê o Phil Mickelson? Domingo pela manhã ele até começou bem, mas acabou em 19º com o par do campo. Não deu também para Adam Scott, nem para Luke Donald e nem mesmo para o número dois do mundo Lee Westwood, oitavo colocado, três abaixo do par, pouco. O ano de 2011 não é para os grandes jogadores, é o ano dos desconhecidos, é o ano do primeiro major de suas carreiras.

Aconteceu logo de cara no Masters de Augusta. Tinha Jason Day, tinha o seu compatriota Adam Scott e tinha até Tiger Woods fazendo dez abaixo do par e mostrando sinais de que ainda poderia ser o velho campeão de sempre. Não deu para ninguém, quem venceu foi Charl Schwartzel, da África do Sul, levando seu primeiro Major na carreira. Já no US Open o britânico Rory McIlroy conseguiu uma vitória épica com 16 tacadas abaixo do par, a grande promessa da Inglaterra, um jogador muito conhecido, levando para a Terra da Rainha aquele que foi o seu primeiro Major também, por incrível que possa parecer. Por fim, o Open Championship, com McIlroy jogando em casa depois do que havia feito, com Dustin Johnson, com Mickelson firme na reta final, com o veterano Darren Clarke ficando com a taça, nem precisa dizer que foi sua primeira taça de Major, aos 43 anos de idade, 20 anos depois de jogar pela primeira vez um dos maiores torneios de golfe do mundo.

O ano de 2011 está sendo assim, é o ano de quem busca obstinadamente o seu grande sonho, de quem busca a glória que nunca alcançou em toda a carreira, um título de Major, uma chance de ver seu nome gravado eternamente na história do golfe. Jason Dufner se anima, ele vem fazendo um grande torneio, Anders Hansen e Robert Karlsson também seguem firme, mas o lindo dia de sol no Atlanta Athletic Club em Johns Creek, Georgia, só consegue ver brilhar mais forte a estrela de um desconhecido, de apenas um jogador que não venceu nenhum Major na carreira, do sobrinho de Pat Bradley, para orgulho da titia, para alegria de sua esposa Madison e seu pequenino filho Aiden. A angustia foi além do esperado, foi nos playoffs, fois graças a birdies nos últimos buracos com bogeys do rival que mais ameaçava, foi por uma tacada, uma tacada de mestre, do jovem de Vermont e seu putter longo, de Keegan Bradley, no ano reservado apenas para quem nunca havia vencido um Major em toda a vida. (Foto: Don Emmert/AFP/Getty Images)

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