Justify justifica o seu favoritismo
O sábado amanheceu triste em Baltimore. A chuva castigava a cidade mais populosa de Maryland, no Estados Unidos. Assim sendo, as capas, os casacos e os gorros tiveram que sair do armário, pois os amantes do turfe tinham que sair de casa. O destino deles era o Pimlico Race Course, e ninguém sabe até quando poderão continuar indo até lá para assistir ao tão famoso e consagrado Preakness Stakes. A segunda corrida da Tríplice Coroa do turfe americano e uma das maiores corridas de cavalos do mundo chegou à sua edição de número 143, mas em breve, pela degradação do local onde é realizada a muitos e muitos anos, ela corre o risco de ter que fazer as malas e ir embora. Porém, enquanto essa tristeza para os moradores não acontece, é melhor encarar o dia triste de chuva para não perder a prova deste ano.
E lá se vão mais de 134 mil pessoas. O público foi um pouco menor do que o do ano passado, afinal foi um dos dias mais chuvosos em toda a história da competição. Sorte de quem encarou a água sem medo, pois teve o privilégio de ver mais um dia histórico para o turfe nos Estados Unidos e no mundo. Todos viram, ou pelo menos tentaram ver de alguma forma. Isso ocorreu porque se toda a chuva não fosse já uma desgraça suficiente, ainda teve a densa névoa que caiu sobre Pimlico bem na hora da corrida, bem na hora que a chuva resolveu dar uma trégua. O nevoeiro era tão denso que em uma determinada parte da reta final, onde os cavalos passam logo após a largada, era completamente impossível de ser ver qualquer coisa.
Após passarem pela neblina eles então surgiam como se estivessem saindo das nuvens rumo ao topo do mundo. E lá já estava ele, Justify, liderando desde o início e entrando firme na primeira curva. Mas ele não estava sozinho, Good Magic lhe acompanhava lado a lado querendo acabar com o seu sonho maior. Após a vitória no Kentucky Derby, tudo que Justify queria era vencer o Preakness para manter vivo o seu desejo de faturar a Tríplice Coroa. Era natural que ele fosse apontado como sendo o grande favorito para essa corrida, mesmo sem ter vencido nenhuma corrida com dois anos de idade, mas principalmente por ter quebrado a "Maldição de Apollo" e ser mais um vencedor em Kentucky após nunca ter vencido aos dois anos. O objetivo estava traçado, e Justify precisava justificar o favoritismo.
Em primeiro também na segunda curva, na terceira e na última também. A magia de Good Magic não é tão forte e ele mal consegue colocar a cabeça na frente do rival algumas vezes na reta oposta. E então, todos juntos e aglomerados, eles entram dentro da nuvem mais uma vez. Os cavalos desapareceram em meio ao nevoeiro e ninguém sabe mais quem é o ponteiro. Até que surgem mais uma vez para delírio dos fãs e apostadores que já não aguentavam mais sofrer na chuva do dia inteiro. E quem está em primeiro ainda é ele, Justify, com Bravazo e Tenfold ameaçando muito depois que deixaram Good Magic para trás. Até que ele finalmente justifica o favoritismo no sufoco e com apenas uma cabeça de vantagem. A vitória de Justify deu à Bob Baffert seu sétimo triunfo no Preakness Stakes, igualando a marca R. Wyndham Walden como o treinador que mais venceu. Foi a quinta vez que Baffert venceu o Preakness depois de vencer em Kentucky. O objetivo agora é vencer o Belmot Stakes em Nova York, para alcançar a Tríplice Coroa, para Justify ser o décimo terceiro cavalo à chegar ao topo do mundo, com ou sem chuva, justificando ainda mais o seu grande favoritismo que agora é maior ainda.
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