A Copa que caiu no colo da França
Das últimas seis edições da Copa do Mundo de futebol, a Seleção da França chegou em três finais. É certo que nas outras três edições acabou sendo um fiasco, incluindo até eliminações na primeira fase, mas a conquista de duas taças mostra que alguma coisa diferente ou especial eles estão fazendo para alcançar este sucesso todo que nunca antes viu em sua história. Mesmo assim, se analisarmos tudo que aconteceu e envolveu a Copa do Mundo da Rússia, podemos de certa forma dizer que a Copa de 2018 caiu no colo da França, principalmente depois que eles fizeram sua parte e as outras Seleções fizeram a delas, ou alguns casos deixaram de fazer.
Para começar duas seleções deixaram de fazer sua parte bem antes do começo a Copa do Mundo da Rússia 2018. São eles a Holanda e a Itália que deixaram espaço para a Suécia seguir em frente. Sem as grandes seleções quem perde mais é a Copa e o futebol, que acaba tendo que se contentar com Panamá, por exemplo. Já na Copa, as decepções começaram com o fiasco da Alemanha, eliminada já na primeira fase. O outro finalista de 2014, por sua vez, passava sufoco e mais tarde pagaria o preço de ficar em segundo lugar no grupo. Ficar em segundo lugar no grupo custou também um avanço maior de Portugal que, para ter ficado em primeiro, bastaria ter vencido o último jogo da primeira fase.
A Espanha acabou sofrendo com a "Maldição do anfitrião" que determina seu destino tanto em Copas como em Eurocopas também. Aos poucos um lado da chave nas oitavas-de-final ia ficando inflado de grandes seleções, enquanto o outro lado ia ficando cada vez mais fraco e esvaziado de gigantes do futebol. O Brasil acabou indo para o lado mais forte. Já a Inglaterra, que teve o privilégio de fazer os jogos das últimas rodadas da primeira fase, acabou podendo escolher o lado que iria na chave ao perder para a Bélgica e assim fugir de um possível encontro com o Brasil. Já a França reforçava a força do lado forte, porém chegando com muito mais força que os demais.
A equipe francesa então fez o que deveria fazer, jogar desde o início como um verdadeiro campeão que não escolhe adversário e passa por cima de qualquer um. Assim veio e foi embora a Argentina, depois o Uruguai e, se fosse o caso, iria também o Brasil, mas o Brasil não veio. Quem veio foi a Bélgica, e as coisas começaram a ficar mais fáceis a partir dali. Tudo porque enquanto isso, ou seja, enquanto a França mostrava seu potencial adormecido, do outro lado da chave o equilíbrio prevalecia e os mais fracos tentavam encontrar o seu caminho.
O mais fácil depois que as oitavas-de-final ficaram definidas, era colocar França e Brasil em uma semifinal e Espanha e Inglaterra na outra, apenas dois deles conseguiram chegar lá no entanto, e a Inglaterra ainda conseguiu perder a sua maior chance desde 1966. E quem venceu foi a Croácia, que após fazer uma primeira fase surpreendente e impecável, acabou sofrendo muito e se arrastando por prorrogações e pênaltis nas fases seguintes. Um gol meio polêmico contra a Inglaterra e uma vitória na prorrogação, a terceira seguida, os levaram à sua primeira final de Copa do Mundo, contra uma equipe que já havia feito o mais difícil e provado seu valor bem antes deste decisão.
Jogadores tem um prepara físico invejável, controle emocional e outros fatores determinantes que impedem esses detalhes de fazerem tanta diferença em uma final, mesmo que de alguma forma essas coisas possam contribuir também. Mesmo assim a França venceu porque foi até lá para vencer, porque já havia provado o quanto tem qualidade para vencer, o quanto seus jovens talentos, principalmente Mbappe que tem a chamada estrela, podem fazer e o quanto vale a experiência do técnico, que havia sido campeão em 1998 como jogador. Por tudo que já havia feito, pelo caminho que havia trilhado até ali, sobrevivendo ao lado mais forte da chave e vendo um dos menos prováveis chegando pelo lado mais fraco, não é de se surpreender que naturalmente a Copa caiu no colo da França.
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