Falemos de tênis ... ou das roupas

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O que há em comum entre Dinara Safina e Caroline Wozniacki? Aconteceu no ano de 2009 e 2010, quando ambas respectivamente se tornaram as tenistas número um do ranking feminino, mas com o porém de nunca terem vencido um torneio de Grand Slam. Para Caroline a volta por cima aconteceu oito anos mais tarde, quando ela conquistou finalmente o Aberto da Austrália, mas Safina desistiu de tentar e se aposentou em 2012 com apenas 26 anos. O ocorrido daquela época talvez seja um reflexo do que vive o tênis feminino atualmente e como sempre viveu, ou seja, com uma carência de atenção ao jogo e uma preocupação maior com outras coisas que acontecem "fora das quadras". Esse pode ser o principal motivo para Venus Williams, com seus 38 anos ainda estar jogando e sua irmã Serena, que aos 36 ainda entra como favorita em qualquer competição.

E não é diferente na atual edição de 2018 do US Open, em Nova York. E fica ainda mais agravante quando logo na primeira rodada a atual número um do mundo é derrotada. Simona Halep quase viveu uma vida de Caroline Wozniacki ou Dinara Safina, mas por sorte, competência, ou falta de rivais à altura conseguiu seu Grand Slam ao vencer Roland Garros neste ano. A boa fase, no entanto, não durou muito e no tênis feminino quando não se resta muito o que falar sobre o jogo ... começa-se então a falar sobre as roupas. A semana da moda de Nova York começa apenas no final da próxima semana, mas depois que Serna Williams entrou em quadra com uma versão moderna das roupas de Suzanne Lenglen, o assunto teve que ser antecipado.

Convenhamos que falar sobre outros assuntos além de simplesmente se ater ao jogo no tênis feminino é algo natural e inevitável. Em pauta sempre esteve e sempre estará a beleza estonteante das jogadoras, seja tanto a beleza facial quanto a beleza corporal atlética que a maioria possui de sobra. Desde Chris Evert até Maria Sharapova, elas chamam a atenção e não poderia ser diferente as marcas de roupas aproveitarem deste momento para lançar novas tendências. Sharapova além dos vestidos de gala, ideais para os jogos da rodada noturna do US Open em Nova York, ainda usava joias Swarovski, afinal ninguém é bobo no mundo dos negócios. Mas a coisa parece que desandou um pouco e Serena acabou cruzando uma linha que talvez mude a história dos torneios de Grand Slam para a chatice do Reveillon de Wimbledon, falando em termos de roupas.

O torneio de Wimbledon nem é um caso tão grave, pois mesmo que não seja a virada do ano até que as roupas brancas combinam bem com o verde da grama. O grande problema é a determinação e exigência que os torneios venham a querer impor e que pode tirar um pouco da graça que as roupas trazem, desde que não sejam forçadas e exageradas. No torneio de Roland Garros de 2018 Serena Williams voltava às quadras após sua primeira gravidez. Lá ela optou por usar uma roupas de corpo inteiro, um macacão com calça e mangas compridas, todo preto e com apenas um tipo de cinto vermelho. Ficou um tanto quanto esquisito haja visto os tradicionais shorts com saia ou vestido que a maioria das jogadoras usam. Os organizadores fizeram críticas e uma mudança será imposta no próximo ano.

Por esse motivo ou não, Serena chegou em Nova York ousando mais uma vez. Agora ela veio com uma saia gigantesca, relembrando talvez uma bailarina, uma roupa exagerada, espalhafatosa, mas que ao julgar por seus resultados nas duas primeiras rodadas ela não atrapalha em nada o seu jogo. Os anos de 1920 estão voltando com uma versão mais moderna dos grandiosos vestidos que a grande Suzanne Lenglen usava em suas conquistas de Roland Garros e Wimbledon. Esqueçam o macacão preto, Serena agora quer jogar tênis de sapatilhas. É isso que acontece quando o jogo em quadra fica em segundo plano no tênis feminino, as pessoas se preocupam mais com as roupas do que com a partida. Ou será que as jogadoras usam desse artifício para conseguir de um modo ou de outro chamar a atenção?

Sendo assim, é possível pensar também que Alizé Cornet vestiu sua blusa ao contrário de propósito. Exagero, quase que ela não reparou se não fosse um aviso de seu namorado na arquibancada antes do início do terceiro set. Rapidamente tirou e arrumou, devidamente protegida por um top, ou sutiã esportivo, por baixo. Mas as regras são claras, este tipo de ação só pode ser feito quando o jogador ou jogadora estiver sentado em sua cadeira nos intervalos dos games ou dos sets. Assim explicou a USTA sobre a advertência que Cornet recebeu depois de uma repercussão mundial sobre seu "Strip Tease" dentro de quadra - "As mulheres não recebem os mesmos tratamentos que os homens", disparavam os mais revoltados carregados de imagens que mostram os homens sem camisa, porém sempre sentados nos bancos durante os intervalos.

E assim a vida segue, falando de tênis ou falando de roupas. Afinal fala-se mais de tênis em assuntos sobre corridas de ruas do pedestrianismo do que em assuntos sobre natação, onde todos estão descalços! Brincadeiras à parte, o tênis feminino não está proibido de expandir seus assuntos, seja porque as jogadoras são bonitas ou porque se vestem bem e mal. O que não se pode deixar de lado em hipótese alguma é o jogo em meio à todos esses assuntos. Tudo isso porque seja com roupas elegantes ou espalhafatosas, seja com tênis confortável ou "sapatilhas" e seja tirando a blusa dentro ou fora de quadra, elas continuaram jogando, vencendo e sendo número um do mundo, com ou sem Grand Slam, redendo muitos assuntos sobre o jogo de tênis ... ou as roupas que elas vestem.

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