Nunca antes e ... Nunca depois?
No mundo do tênis muitas poucas pessoas já ouviram falar em nomes como Richard Sears ou William Renshaw. Um americano e um britânico que dominavam os respectivos torneio de Grand Slam do US Open e de Wimbledon. Suas façanhas começaram no ano de 1881, ganharam sete vezes os respectivos torneios com a única diferença de que Renshaw levou seis consecutivos e Richard os sete. Depois deles vieram William Larned, já no começo do século seguinte levando sete taças do US Open também. Sete parecia ser um número mágico, William Larned e Bill Tilden também tiveram essa mesma quantidade de taças no Grand Slam americano. O tempo passou e quase ninguém mais conseguiu dominar um mesmo torneio, talvez porque eles tinham que se dividir em quatro e ganhar mais torneios Grand Slam de um modo geral.
Nomes como Rod Laver, Roy Emerson, Björn Borg ou Jimmy Connors. Eles chegaram a cinco títulos do mesmo torneio, no máximo seis. Depois deles veio então Pete Sampras, o americano que parecia ter dado uma nova cara ao mundo do tênis. Em casa no US Open ele venceu cinco vezes, na grama de Wimbledon foram sete conquistas, aquele mágico número sete. Sampras alcançou 14 títulos de Grand Slam no total, era apontado como o maior de todos os tempos, parecia que nunca haveria ninguém que pudesse superá-lo. Isso pelo menos até a chegada de três nomes que dominaram o mundo do tênis nos últimos anos, três jogadores que criaram um novo parâmetro de referência para quando se falar em domínio no tênis masculino.
No alto dessa lista está o suíço Roger Federer. Ele não apenas tem o maior número de títulos de Grand Slam, como também possui alguns recordes em torneios únicos. No saibro de Roland Garros ele venceu apenas uma vez, mas no US Open ele possui cinco conquistas, no Aberto da Austrália ele tem seis e na grama sagrada de Wimbledon são oito títulos, quebrando aquela sina das sete taças que foram levantadas por outros seis tenistas diferentes. Entre este seis está Novak Djokovic, cuja sete conquistas no mesmo Grand Slam foram no Aberto da Austrália, a terra do canguru que parece ser a sua segunda casa. Oito, sete, seis, os números impressionam, ficam marcados, mas podem ir além mesmo que nunca tenham ido antes ...
Djokovic ainda joga e é o atual campeão do Aberto da Austrália, portanto ele pode chegar a oitava taça como Federer fez em Wimbledon. Aliás o próprio Federer ainda joga, e a possibilidade dele chegar a nove taças em Londres nunca pode ser descartada. Mas e quanto à dez taças do mesmo torneio? E onze? E doze? Sampras tinha 14 juntando tudo, como alguém pode ganhar dez em um só? Em outros esportes acontece até com uma frequência relativamente maior, mas no tênis levou mais de cem anos para a marca de sete ser superada, mas na mesma época alguém foi além dos sete, além do oito, nove e até mesmo além dos dez. O nome deste fenômeno é Rafal Nadal, o espanhol que domina atualmente o tênis com Federer e Djokovic, mas que está escrevendo uma história muito maior em apenas um dos torneios de Grand Slam.
Quando ganhou cinco, seis vezes ele já era chamado de "Rei do Saibro", mesmo porque ganhava outros torneios menores disputados na mesma terra batida. Quando perdeu uma única vez, por causa de uma lesão, já diziam que ele estava acabado, mas ele sempre voltava para mais. Suas interrupções deram a Federer e Djokovic suas únicas chances de vencerem ao menos uma vez em Paris, porque mais do que isso com Nadal competindo no circuito é praticamente impossível. Nunca antes na história alguém ganhou doze vezes o mesmo torneio de Grand Slam, eles venciam apenas sete, ou oito com muito custo depois de anos e anos. Nadal chegou aos doze Roland Garros, com 18 Grand Slam no total, não é de hoje o discurso de que ele pode superar os 20 de Federer só ganhando o Aberto da França. E se nunca vimos antes é muito provável que nunca mais veremos alguém dominar um torneio de uma forma tão sublime e impetuosa como Nadal domina Roland Garros.
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