Um dia de recordes em Nova York
No coração da selva de concreto da Big Apple, onde o pulso da cidade nunca diminui, Tamirat Tola embarcou em uma jornada solitária pelo Central Park, sem saber que o destino estava gravando seu nome nos anais da história da Maratona de Nova York. Sua busca não era por recordes, mas pela glória da vitória. Ao percorrer a odisseia de 42 quilómetros, o maestro etíope abriu um caminho que desafiou o tempo, conseguindo quebrar o recorde da prova que já durava 12 anos. Quando o relógio finalmente cedeu ao seu poder incomparável, o importante feito de Tola revelou-se em notáveis 2 horas, 4 minutos e 58 segundos, oito segundos mais rápido que o ilustre Geoffrey Mutai em 2011. Notavelmente, não foi o recorde que preocupou seus pensamentos. “Acho que vencer, e o recorde do percurso simplesmente aconteceu”, afirmou Tola humildemente.Tola, um rosto familiar na corrida, já havia terminado em quarto lugar nas edições de 2018 e 2019. No entanto, desta vez, as estrelas se alinharam para ele. Ele ultrapassou o compatriota Jemal Yimer, deixando seu concorrente para trás. Quando Tola voltou a entrar em Manhattan, um quilômetro depois, ele havia conquistado uma vantagem de 19 segundos, com apenas a marca sagrada de Mutai permanecendo em sua mira. Esta narrativa teve uma reviravolta própria, já que Tola, de 32 anos, foi uma adição tardia ao campo repleto de estrelas, entrando na briga apenas três semanas antes do evento. Albert Korir, do Quênia, campeão da Maratona de Nova York em 2021, ficou na esteira de Tola, terminando quase dois minutos atrás do etíope.
Enquanto a corrida masculina perdeu o suspense após a fuga decisiva de Tola, a competição feminina atingiu um tom dramático na reta final. Hellen Obiri, do Quênia, surgiu como uma heroína, fazendo uma arrancada quando faltavam 400 metros, conquistando assim o cobiçado título feminino. Obiri, de 33 anos, testou pela primeira vez o terreno de Nova York no ano anterior, terminando em um modesto sexto lugar. Mas desta vez a história tomou um rumo diferente, pois ela aproveitou a oportunidade para a redenção. Obiri, Letesenbet Gidey da Etiópia e a atual campeã Sharon Lokedi travaram uma troca de liderança empolgante. Obiri, decidida e motivada, iniciou sua jogada vitoriosa quando o trio reentrou no Central Park para a meia milha final, conquistando a coroa com o tempo de 2 horas, 27 minutos e 23 segundos. Gidey seguiu de perto em segundo lugar, a apenas seis segundos de distância, enquanto Lokedi, ainda na caça, estava 10 segundos atrás de Obiri.
Enquanto o mundo dos entusiastas da maratona comemorava os triunfos de Tola e Obiri, uma hora antes, a corrida masculina em cadeiras de rodas testemunhou Marcel Hug conquistar a vitória em estilo comandante. Ficando um pouco abaixo de seu próprio recorde de percurso, Hug completou o cansativo percurso em 1 hora, 25 minutos e 29 segundos, garantindo seu sexto triunfo na Maratona de Nova York e consolidando ainda mais seu status como estrela suíça. A corrida feminina em cadeiras de rodas viu Catherine Debrunner, da Suíça, fazer uma estreia inesquecível em Nova York, destruindo o recorde anterior do percurso. O esforço extraordinário de Debrunner, terminando em 1 hora, 39 minutos e 32 segundos, superou a marca anterior em mais de três minutos, recorde anteriormente detido pela americana Susannah Scaroni.
Tanto Debrunner quanto Tola reivindicaram um bônus bem merecido de US$ 50.000 por suas façanhas sem precedentes. Além disso, Daniel Romanchuk e Aaron Pike garantiram seus ingressos para os Jogos de Paris de 2024 ao emergirem como os melhores americanos na corrida masculina em cadeiras de rodas. Scaroni e McFadden conquistaram suas qualificações olímpicas no lado feminino, nesse que foi mais um dia inesquecível na cidade de Nova York, um dia de recordes quebrados e corredores entusiasmados pelas ruas da cidade que nunca dorme.
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